|
||||||||||||
|
O povo caboclo Foi na Amazônia que o Brasil indígena reagiu por mais tempo contra a invasão européia. Ainda hoje, apesar das leis de Pombal, muitas nações falam o nheengatu, a língua usada para o comércio e a comunicação. Dessa resistência cultural e da miscigenação de vários povos com o invasor originou-se o caboclo, palavra de origem tupi que significa “mestiço”. E esse mestiço, sobretudo depois da Cabanagem, apresentava-se como um povo que havia renegado suas raízes indígenas e perdido sua própria identidade. Desde o tempo em que esses povos foram usados pelos portugueses para fazer a coleta do cacau, do cravo, da canela, da salsa e de diversos óleos – todos os produtos da Amazônia muito apreciados na Europa -, eles foram perdendo o contato com suas aldeias de origem para entrar no mundo “civilizado”. Também nas aldeias dirigidas por missionários ou por funcionários, as pessoas esqueciam seus parentes e amigos das aldeias de origem para se tornarem cristãs, aceitando o novo mundo criado pelos invasores portugueses. Ao mesmo tempo, os caboclos conservavam muita coisa de sua cultura de origem. Viviam em pequenas posses, que eram propriedades não-legalizadas, onde cultivavam alimentos para o consumo próprio e para a troca com outros produtos. Isto durou até surgir a exploração da borracha, iniciada na segunda metade do século XIX. A chegada dos nordestinos na região, em 1870, que fugiam da seca, provocou outra invasão na Amazônia. Muitos povos indígenas foram mortos ou tiveram de se submeter a esses novos “patrões”, que faziam deles o que queriam. Era uma nova escravidão que surgia. |
|
|
||
Deixe seu comentário: | Deixe seu comentário: | |
Correio eletrônico | ||
Livro de visitas |