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A destruição de Canudos
branco

Às vésperas do centenário do massacre de Canudos, as águas da barragem do Cocorobó baixaram pela primeira vez, e os escombros da velha cidade emergiram num apocalíptico cenário nordestino sob o sol vermelho do sertão.
É como se reclamasse os milhares de cadáveres insepultos após o massacre final, quando queimavam-se os mortos.

Canudos foi destruída em 1897 pelo exército brasileiro, depois de quase um ano de guerra intensiva contra seus habitantes. Ao todo foram 12 mil homens a participar da campanha militar, onde empregaram as “sofisticadas” práticas de violência, já utilizadas na Guerra do Paraguai, contra a gente simples do sertão. Ao término da campanha, as tropas militares estavam reduzidas a 5 mil soldados.
A destruição de Canudos
Três dias antes da rendição de Canudos, no dia 2 de outubro, Beatinho, que fazia parte do grupo do Conselheiro, entregou aos soldados "umas trezentas
mulheres e crianças e meia dúzia de velhos imprestáveis".

“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.”

Assim descreveu Euclides da Cunha o final desta tragédia.
Como forma de apagar a memória daqueles que vivenciaram a experiência de terra livre, os prisioneiros adultos foram punidos com o crime da degola e as crianças vendidas para prostituição.
Durante a ditadura militar, Canudos foi destruída pela segunda vez. No local foi construído o açude de Cocorobó (1969). Com a cidade submersa, pretendiam eliminar todos os vestígios do mais cruel e sangrento episódio da história da República Brasileira.

Em sua breve existência, Canudos conseguiu aglutinar as aspirações materiais e espirituais dos povos desesperançados do Nordeste brasileiro. Guardadas as devidas ressalvas, podemos afirmar ter-se constituído numa sociedade camponesa pluriétnica e multirracial. Documentos históricos comprovam que negros e indígenas constituíram fortes agrupamentos da sociedade canudense.
Ruínas de Canudos
As ruínas da antiga igreja de Canudos ressurgem após o recuo das águas do açude de Cocorobó, construído em 1960.
Há registros de que pelo menos três etnias indígenas (Kaimbé, Kiriri e Tuxá) aderiram àquele projeto de comunidade. O responsável pelo atendimento à saúde da população canudense era um indígena Tuxá, grande conhecedor das ervas e suas propriedades terapêuticas. Durante a resistência, o grande estrategista foi o “caboclo” Pajeú, responsável por várias vitórias contra as expedições militares. No final, ao lado de muitos cadáveres foram encontrados arcos e flechas.


(Feitosa, Saulo. Porantim, Brasília, n. 189, out. 1996, p.6.)

Fonte : Brasil Indígena: 500 anos de resistência / Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. - São Paulo: FTD, 2000


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