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“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até
o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral
do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos
defensores. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma
criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.” Assim descreveu Euclides da Cunha o final desta tragédia. |
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Como
forma de apagar a memória daqueles que vivenciaram a experiência de
terra livre, os prisioneiros adultos foram punidos com o crime da
degola e as crianças vendidas para prostituição. Durante a ditadura militar, Canudos foi destruída pela segunda vez. No local foi construído o açude de Cocorobó (1969). Com a cidade submersa, pretendiam eliminar todos os vestígios do mais cruel e sangrento episódio da história da República Brasileira. Em sua breve existência, Canudos conseguiu aglutinar as aspirações materiais e espirituais dos povos desesperançados do Nordeste brasileiro. Guardadas as devidas ressalvas, podemos afirmar ter-se constituído numa sociedade camponesa pluriétnica e multirracial. Documentos históricos comprovam que negros e indígenas constituíram fortes agrupamentos da sociedade canudense. | As ruínas da antiga igreja de Canudos ressurgem após o recuo das águas do açude de Cocorobó, construído em 1960. | ||
Há registros de que pelo menos três etnias indígenas (Kaimbé, Kiriri e
Tuxá) aderiram àquele projeto de comunidade. O responsável pelo
atendimento à saúde da população canudense era um indígena Tuxá, grande
conhecedor das ervas e suas propriedades terapêuticas. Durante a
resistência, o grande estrategista foi o “caboclo” Pajeú, responsável
por várias vitórias contra as expedições militares. No final, ao lado
de muitos cadáveres foram encontrados arcos e flechas. (Feitosa, Saulo. Porantim, Brasília, n. 189, out. 1996, p.6.) |
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