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A estratégia adotada oscilava entre o
ataque aos indígenas e a atração amistosa com oferta de presentes e
bugigangas. Contudo, a tônica foi a violência. Os milicianos raramente
possuíam uma visão humanitária, eram presos comuns, desertores ou
indivíduos convocados compulsoriamente.
Essa desumanidade pode ser comprovada no relato de Freireyss, um viajante europeu que esteve na região por volta de 1815: “O comandante [do quartel de Santana dos Ferros] nos contou que já tinha amansado quinhentos Puris e os domiciliados em lugares determinados, fazendo-os acabar com toda hostilidade contra os portugueses e seus amigos; mas acrescentou, com uma risada diabólica, que se devia levar-lhes a varíola para acabar com eles de uma só vez, porque a varíola é a doença mais terrível para esta gente”. Ao lado do extermínio, foram freqüentes as vendas de crianças, chamadas kuruka, que deram bom dinheiro aos mateiros. Desesperados, os pais deixavam seus esconderijos, atacando os quartéis, na esperança de recuperar seus filhos. E muitas vezes nesses embates perdiam a vida. Tudo isso aconteceu no tão decantado governo de Dom João VI. |
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