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História dos Contatos com os Povos Indígenas
Caravela A partir do século XV, os portugueses aventuraram-se no Atlântico com um novo tipo de navio de proa alta, com vela móvel e triangular - a caravela -, que melhorava as condições para enfrentar o mar em todas as latitudes.
Em 1487, a esquadra de Bartolmeu Dias dobrou o antigo Cabo das Tormentas, depois denominado Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da Àfrica.O caminho marítimo para às Ìndias estava descoberto.
Cristóvão Colombo, um italiano a serviço da coroa espanhola, seguiu para o Ocidente, descobrindo a América em 1492. Essa descoberta resultou em uma disputa internacional entre Espanha e Portugal, que acabou sendo resolvida pelo Tratato de Tordesilhas, em 1494: o mundo foi dividido entre espanhóis e portugueses.
O reino de Portugal voltou-se para o além-mar, que imensas riquesas lhe deveria trazer. Duas grandes expedições militares foram enviadas para o Oriente: a de Vasco da Gama, em 1497, e a de Pedro Álvares Cabral, em 1500.

Primeiros contatos

O que Cabral encontrou
"No dia 23 (abril de 1500), quinta-feira, navegaram para a terra e foram ancorar em frente da boca de um rio, onde os cristãos travaram as primeiras relações com os indígenas. No dia subseqüente, a 24, sexta-feira, rumaram para o norte. Os vasos maiores fundearam fora, enquanto os navios de menor tonelagem entraram num abrigo, que Cabral chamou Porto Seguro, mais tarde denominado baía Cabrália. Dois jovens indígenas, apanhados numa almádia1foram apresentados a Cabral. Os intérpretes das línguas asiáticas e africanas que estavam a bordo, porém, não compreenderam o idioma falado pela tribo dos Tupiniquins, que então dominavam o sul baiano".2

Chegando ao Brasil os Portugueses entraram em contato com diversas tribos, localizadas na zona litorânea.
Um dos grupos mais importantes foi o dos tupinambás, um dos grandes inimigos da colonização portuguesa. Espalhados por uma parte da costa brasileira, eram encontrados sobretudo na Bahia e no Rio de Janeiro, migrando, mais tarde, para o Maranhão, o Pará e a ilha de Tupinambaras (Amazonas).
Povo extremamente belicoso, a guerra desempenhava papel destacado na sua economia, como fator de conservação e aumento dos recursos naturais sujeitos ao domínio tribal.3

Desta forma entraram em conflito com os goitacases, os tupiniquins, os carajás, os caetés, os botocudos, os tupinas, os diversos grupos dos tapuias e, após o início da colonização efetiva do Brasil pelos portugueses (1530), moveram guerra contra estes, sendo expulsos ou aniquilados.

Outro importante grupo com quem os lusos mantiveram contato foi o dos tupiniquins, também como os tupinambás, pertencentes ao tronco lingüístico tupi. Localizavam-se no litoral baiano, desde a enseada de Camamu até às proximidades da atual Capital do Espírito Santo. Aliados aos portugueses ajudaram-nos a combater tamoios, tupinambás e franceses.

Os tamoios, outro grupo do tronco tupi, tiveram também, um papel saliente na História do Brasil colonial: aliados aos franceses de Villegaignon, que para cá vieram na segunda metade do século XVI, combateram os portugueses no Rio de Janeiro, causando problemas ao então Governador-geral do Brasil, Mem de Sá. Este enviou, para combatê-los, seu sobrinho Estácio de Sá, fundador da cidade do Rio de Janeiro.

Desembarque de Cabral
Desembarque de Cabral
Como muitos dos indígenas brasileiros, os tamoios praticavam a antropofagia, que tinha para eles um sentido mágico ou ritual: acreditavam que comendo os pés de um grande corredor, as mãos de um hábil artífice, etc., adquiriam as virtudes dos devorados.

Finalmente, os tapuias constituem um conjunto muito difícil de ser definido, em virtude das contradições entre os cronistas que a eles se referiam. Ao que tudo indica, tapuia era um termo utilizado pelos tupinambás para referir-se a índios pertencentes a um tronco lingüístico não-tupi, provavelmente do tronco macro-jê. O naturalista alemão von Martius (que esteve no Brasil no século XIX), autor do “Glossário das Línguas Brasileiras”, afirmou que a palavra significava “inimigos”. Outro cronista, Fernão Cardim, elaborou uma lista de setenta e seis tribos que seriam pertencentes ao grupo tapuia, mas que possuíam línguas, hábitos e costumes diferentes entre si. Desta maneira, torna-se impossível estabelecer detalhes maiores a respeito.

Deixando de lado, por muito difícil, uma referência completa às pequenas tribos, são estes os principais grupos que contataram os portugueses, nos primeiros tempos após a sua chegada.
No total, compunham uma população – na época da descoberta – de um milhão a um milhão e duzentas mil pessoas, hoje reduzida, diante da penetração da "civilização”, a menos de cem mil".4

1. Pequena embarcação usada em algumas partes da Ásia e da África.
2. Dias, Manuel Nunes, “A Expansão Européia e o Descobrimento do Brasil,” in “Brasil em Perspectiva,” Difusão Européia do Livro, São Paulo, 2ª Edição, 1969.
3. Fernandes, Florestan, “A Organização Social dos Tupinambá,” Difusão Européia do Livro, São Paulo, 2ª Edição, 1963, p. 112.
4. Mendes Junior, Antonio; Roncari, Luiz; Maranhão, Ricardo, “Colônia – Brasil  História,” – São Paulo: Editora Brasiliense, 3ª Edição, 1976, pp. 57 e 62.


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