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Parece
que o estado que logo acompanhou a "corte" na adoção de um sistema de
ônibus foi Pernambuco. Em 1841 é inaugurado um sistema de ônibus em
Recife, introduzido pelo inglês Thomas Sayl. Esses veículos eram
puxados por quatro mulas e às vezes com dois andares.
Em 1851 é inaugurado duas linhas de ônibus em Salvador, Bahia. Os primeiros ônibus se limitavam a trafegar dentro dos limites das cidades, uma vez que as pequenas trilhas ou caminhos de que se serviam os viajantes para se locomoverem de uma cidade à outra não comportavam esse tipo de veículo. Provavelmente no Brasil a primeira estrada a qual se pode dar esse nome surgiu na quarta década do século XIX. Era uma estrada de rodagem em boas condições para a época, permitindo o tráfego entre a corte (Rio de Janeiro) e o município de Nova Iguaçu. Uma concessão é dada em 1850 por decreto à Honório Francisco Caldas, para explorar uma linha de ônibus entre aquelas duas localidades. Foi dado ao empresário um privilégio por vinte anos. Os ônibus eram do tipo de diligência, veículos puxados por duas parelhas de animais com dezesseis lugares como lotação. Realizavam uma viagem diária em cada sentido. Auto-ônibus Uma primeira notícia que se tem sobre eventual tipo de auto-ônibus no Brasil seria uma lacônica nota que se viu nos jornais de 26 de março de 1898, vinda de Petrópolis, RJ, na qual o cidadão André Tramu sugeria à municipalidade a curiosa proposta para a instalação na cidade de "bondes automóveis a vapor e a gás de petróleo, trafegando sobre trilhos de ferro". Como se pode perceber, ainda era um misto de bonde, ferrovia e auto-ônibus, mas ao que parece nada passou além da proposta. O primeiro auto-ônibus de que se tem notícia no Brasil chegou do Nordeste brasileiro. Foi um veículo da marca francesa Panhard-Levassor, importado em 1900 pela Companhia de Transportes de Goiana, que era a mais importante cidade de Pernambuco, depois de Recife. Destinava-se o referido veículo ao transporte de passageiros entre Goiana e Recife pela histórica estrada de rodagem, por onde transitaram várias personalidades, como André de Negreiros, na era colonial, Henry Koster, Luiz do Rego, Frei Caneca e o imperador D. Pedro II. Em 23 de março de 1903, esse veículo, com lotação de doze passageiros, fazia uma viagem, saindo de Goiana e chegando até Olinda, onde havia almoço. De Olinda até Recife levava mais uma hora. Não durou muito, pois uma viagem total, que teria setenta quilômetros, levava cerca de nove horas ... Como este não era exatamente um serviço urbano, mas sim suburbano, mais vale como pioneirismo, como o ônibus puxado a cavalo, este serviço também era suburbano, pois ligava vários municípios. A Panhard-Levassor era uma fabricante francesa que iniciou as atividades em 1895, e em 1897 oferecia um ônibus leve com motor de 12 HP, 3,3 litros e 4 cilindros, funcionando a gasolina. Os pneus eram maciços e a tração a corrente, com motor sob a carroceria. Em 1954 se aliou à Citrôen, produzindo vários tipos de veículos leves e pesados. Acabou em 1959. O ano de 1908 é marcado com o aparecimento, em duas cidades, de um serviço urbano de auto-ônibus. Em 11 de maio é iniciada a venda de ações de uma companhia de "automóveis - ônibus", em Porto Alegre, que faria o serviço na capital, prevendo-se para breve a sua inauguração. O mais positivo, porém, foi o serviço inaugurado nesse mesmo ano no Rio de Janeiro, pouco antes de se instalar a Exposição Nacional. Era incorporador o Dr. Octavio da Rocha Miranda, junto com Octávio Mendes de Oliveira e Castro, que se basearam no Decreto Municipal n̊ 627 de 27 de setembro de 1906 para a sua instalação. Também nesse ano de 1908, em publicação no Diário Oficial do dia 29 de setembro, a Cia. Ferro Carril do Jardim Botânico requer alteração nos seus estatutos, no artigo 20, para acrescentar o parágrafo 6̊, nos seguintes termos: "A exploração da locomoção para transporte de passageiros e cargas por automóveis ou por qualquer outro meio além dos quais já emprega a companhia". Como se vê, as companhias de bondes se sentiam ameaçadas pela possível expansão do automobilismo. Voltando ao serviço de auto-ônibus inaugurado no Rio de Janeiro em 1908, os veículos faziam regularmente o percurso da Praça Mauá ao Passeio Publico, além de viagens extraordinárias da Avenida Central à Praia Vermelha, local onde se abriria a citada exposição. |
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A
nova concessionária, chamada Empresa Auto Avenida, assinava, em 26 de
dezembro de 1911, um termo de contrato com a Prefeitura, obrigando-se a
estabelecer um serviço definitivo entre a avenida, canto da Rua do
Hospício e a Praia Vermelha. O material rodante da companhia
compunha-se de 25 grandes auto-ônibus, do fabricante francês Schneider
Crousot, com 35-40 HP, 4 cilindros, transmissão a cardã e lotação para
28 passageiros sentados e 12 em pé na plataforma.
(nota-se que adotavam o tipo francês de carroceria, com a plataforma aberta na traseira do veículo). Faziam parte do acervo da companhia também 9 auto-ônibus do fabricante Daimler (alemão), com 4 cilindros, 25 HP, transmissão a cardã, lotação para 28 passageiros sentados e 8 na plataforma, mais 5 carros Dietrich de 32 HP, 12 passageiros sentados e 6 em pé. Havia também 3 auto-ônibus Berliet, de 22 HP e lotação para 12 passageiros sentados e 6 em pé. O serviço de auto-ônibus ainda engatinhava, pois em cerca de dez anos só foram feitos três contratos de transporte coletivo na cidade do Rio de Janeiro. Em março de 1917 são aprovadas pelo Sr. Prefeito municipal as plantas do novo tipo de auto-ônibus com o qual o Dr. D. L. Wheatley pretendia inaugurar o serviço da Avenida Central. Esses carros estavam sendo construídos nos Estados Unidos e seriam movidos a eletricidade, por meio de baterias, um sistema pioneiro no Brasil e talvez na América do Sul. A licença para o estabelecimento desses novos ônibus foi dada em 21 de maio de 1918, a título de experiência, sem passageiros. O tráfego seria pelas Avenidas Lauro Müler e Rodrigues Alves. Após alguns meses, a experiência sendo favorável, inaugurou-se o serviço em agosto de 1918. Em 5 de dezembro desse mesmo ano, a concessão foi transferida para a Light. Em estatística de 1927, lemos o seguinte sobre o Rio de Janeiro: O ônibus é que vem tendo uma existência irregular. Dos 27 licenciados em 1913 e 1914, quatro desapareceram, por isso que em 1915 tiraram licença apenas 23. Em 1916 e 1917 não havia nenhum. Em 1918 foram licenciados 7; em 1920, 15; em 1923, 41; em 1924, 57; em 1925, 85 e em 1926, 149. Entrementes, outras cidades começaram a se voltar para o auto-ônibus. |
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Em
1910, em São Paulo, a firma Grassi, que desde 1904 fabricava, na Rua
Barão de Itapetininga n̊ 37, carruagens, tilburies, coches, troles,
vitórias, landaus e outras viaturas, voltou-se para a fabricação de
carrocerias para auto-ônibus. Naquele ano é fabricado para a Hospedaria
dos Imigrantes, sobre um chassi De Dion Buton, de fabricação francesa,
um ônibus que foi, talvez, o primeiro a trafegar na cidade de São Paulo.
Em 1911 forma-se uma companhia chamada Companhia Transportes Auto Paulista, que apresenta ao público um auto-ônibus que havia recebido da Europa. Era um grande veículo da marca Sauer, de 40 HP, com lotação para 25 passageiros. Possuía assentos de palhinha, tendo a companhia encomendado mais dez veículos desse tipo no exterior. A inauguração desse auto-ônibus deu-se no dia 20 de julho de 1911 às dez horas da manhã, conduzindo passageiros da estação do Norte e Brás. À tarde fazia viagens para o Parque Antártica, Avenida Paulista, etc. Não havia ainda itinerário fixo, nem tampouco horários a serem cumpridos. |
Aos
20 de julho de 1911 o primeiro auto-ônibus começou a circular em São
Paulo
Pertencia à Cia. Transporte Auto-Paulista e era alemão, da marca Sauer. |
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Em
1̊ de maio de 1911 é iniciado um serviço de auto-ônibus entre o centro
da cidade de Belém, PA, e seus subúrbios. Daí eles se alastraram por
toda a cidade.
Em Maceió, AL, em 26 de julho de 1911, é fundada uma empresa de auto-ônibus, enquanto que em Juiz de Fora, MG, a filial da Empresa Auto-Viação anuncia, em julho de 1912, que estava recebendo do Rio de Janeiro um auto-ônibus com capacidade para 50 passageiros sentados e que faria o serviço de transporte não só do centro da cidade como também nos subúrbios. Esse ônibus serviria também aos bairros ainda não possuidores de linhas de bondes elétricos, como Botanaguá, Barreiros e outros. A firma Alves & Orteiral, de Porto Alegre, RS, constrói em suas oficinas de mecânica e carpintaria, em janeiro de 1916, um "bonde-automóvel" com motor Mitchell de 50 HP, destinado ao serviço de transporte de cargas e passageiros em Novo Hamburgo. Todo o material de ferro do referido "bonde", sejam molas, eixos, etc., foi fundido naquelas oficinas. Em 1916, no Rio Grande do Norte, a empresa de automóveis de Seridó inaugura o primeiro trecho do seu tráfego regular da cidade de Macaiba a Panelas, numa extensão de 35 km. Em junho seria inaugurado o trecho de Panelas a Santa Cruz. Dirigia os trabalhos da estrada, o Dr. Brandão Cavalcanti. Assim vão aparecendo novas linhas de ônibus em várias cidades dos estados brasileiros. |
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Em
meados dos anos 20 foi que os auto-ônibus começaram a se fazer sentir
com mais intensidade, devido a vários motivos, sendo o principal deles
a deficiência dos transportes oferecidos pelos bondes, que, não
recebendo melhorias no início da década, estavam em péssimo estado.
Pouco a pouco, vão se desenvolvendo as indústrias de carrocerias, principalmente em São Paulo, onde a Grassi começa a construir novos e variados modelos, como ônibus fechados, com linhas aerodinâmicas. Mesmo assim, o auto-ônibus ainda era um veículo de classe média para cima, pois o bonde, sendo mais barato, arcava com o transporte da maioria dos usuários. Além do preço relativamente alto para a época, o ônibus tinha contra si a proibição de passageiros viajarem em pé, limitando a sua lotação a passageiros sentados. Sendo os veículos ainda pequenos, com no máximo trinta lugares para passageiros sentados, como lotação sua presença nas ruas não assustava tanto os concessionários dos transportes elétricos. |
Auto-ônibus começou com chassi Chevrolet da empresa Bom Retiro, 1929 |
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As
linhas para bairros ainda não servidas por bondes foram as mais
procuradas inicialmente e, principalmente em cidades onde não se chegou
a conhecer o bonde, o auto-ônibus resolveu muitos problemas.
Após a metade da década de 20, com a formação das grandes companhias, o auto-ônibus começou a aparecer em maior número em nossas ruas; começaram também a aparecer tipos mais modernos de chassis adaptados para ônibus. As grandes companhias que tinham o monopólio do transporte coletivo sobre trilhos nas cidades sentiram essa concorrência e, a partir dessa época, começaram a entrar também no ramo do transporte por auto-ônibus. |
O
Brasil, informa o Commerce Reports de Washington,"ocupou em 1927, o
quarto lugar entre os melhores mercados do mundo para veículos a motor
de fabricação americana, sendo um cliente que se toma cada dia mais
importante. No continente sul-americano só é excedido pela
Argentina". De acordo com o recenseamento mundial de automóveis, de 10 de janeiro de 1928, existiam no Brasil 95.000 automóveis de passageiros, 30.000 caminhões e 1.000 ônibus. O ônibus é muito usado no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, para transporte urbano de passageiros. Nos últimos dois anos foi estabelecido, no Rio de Janeiro, um extenso sistema de ônibus, mas o desenvolvimento em São Paulo tem sido vagaroso. Em 1932 começam a aparecer os ônibus fechados, com linhas aerodinâmicas, substituindo as jardineiras. Em 1946 tem início a construção de carrocerias metálicas para ônibus. Em 1980 são colocados em tráfego os primeiros ônibus tipo Padron, em São Paulo. |
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Nos
carros do tipo Low entry, avançados sistemas permitem que o ônibus
“ajoelhe-se” no mmento do embarque e desembarque do usuário.
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O Electra tem autonomia ilimitada
e emissão de poluentes menor que os modelos convencionais.
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