O Caminhão criou na economia brasileira uma
condição básica para o seu desenvolvimento. Deram‑lhe estradas e isto
assegurou‑lhe
o predomínio dos transportes através de extensões que se ampliam cada
vez mais.
Tornou‑se a característica de um bandeirismo singular, que as estradas
levam ao
sertão, permitindo o progresso, irradiando por regiões, outrora
obscuras, as
vantagens da civilização.
O caminhão contribuiu
para
a transformação de hábitos arraigados na alma popular, emprestando nova
facies
aos vilarejos remotos, aos cantos esquecidos, fazendo mais que o
transporte de
utilidades: transportando sobre rodas os fluxos de uma vitalidade
inesperada. O
sertão, a terra adusta, o Oeste ou o Nordeste, regiões e sub‑regiões do
país,
tiveram em seu recesso os estremunhos de uma energia alvissareira, a
invasão
dos carros motorizados, restringindo aos trabalhos domésticos as
alimárias,
outrora tão indispensáveis às longas caminhadas. Era um elemento novo
que se
integrava na paisagem, condicionando o homem a um processus
de vida mais
eficiente e definitivo. Sua presença repercutia intensamente nos
costumes,
oferecendo às populações do interior o descortino de novas
possibilidades
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