A igreja edifício:

O edifício do culto católico é um local sagrado, um altar cercado de um espaço bastante amplo para acolher os fiéis durante a celebração do sacrifício. A destinação e a solução arquitetônica da sinagoga prenunciavam claramente as da igreja, notadamente quando esta última adotou um plano de basílica. Mas uma função particular apareceu no cristianismo primitivo: vencendo a perseguição, a Igreja passou a honrar seus mártires colocando suas relíquias no interior dos altares. Esta função de martírio convidava a adotar o plano centrado dos mausoléus pagãos: os edifícios abobadados circulares, quadrados ou em cruz grega conheceram assim grande prestígio nos países bizantinos. Entretanto, a igreja basilical, alongada e de construção mais fácil, acabou por prevalecer, enquanto a criação do transepto introduziu uma combinação dos dois tipos. O solo do santuário foi alteado e rodeado por uma cancela (cercadura cuja fachada tendeu à iconóstase oriental e ao jubeu ), para salientar a importância do altar. Os sacerdotes tomavam lugar na abside, os notáveis nas laterais e os fiéis na nave (alguns podiam ficar à parte, em um nártex, lugar de preparação antes da nave ).

Na alta Idade Média, em alguns grandes mosteiros, a extensão do culto às relíquias levou a sobrepor o altar a uma cripta que as abrigava; os deambulatórios; percorridos pelos peregrinos, contornavam a abside e a cripta.
Embora a igreja medieval, importante edifício publico,  tivesse funções múltiplas, inclusive civis, a sacralízação dos altares tendeu a estender-se ao edifício inteiro, neste sentido, a casa de Deus, como o templo antigo. Esta tradição foi vivificada pela visão apocalíptica da Jerusalém celeste, que se concretizou quando o progresso técnico permitiu às imagens passar da opacidade da parede pintada para a luminosidade dos vitrais góticos.

Igreja Católica Apostólica Romana, reunião dos homens ligados entre si pela mesma fé na divindade de Jesus Cristo e que reconhecem a autoridade da Igreja fundada por Ele, tendo na sua direção o papa, bispo de Roma, considerado o vigário e o sucessor de Cristo sobre a Terra, e os outros bispos como pastores dos crentes.
(Ver História da Igreja Católica Apostólica Romana)

Igrejas Orientais, Igrejas cristãs que se desenvolveram e se organizaram fora da zona de influência do Império Romano de expressão latina e da dependência direta da Sé apostólica de Roma.
A adesão às concepções de Nestório concernentes ao Cristo, condenadas no Concilio de Éfeso (431), a recusa à formulação do dogma cristológico, fixada pelo Concílio de Calcedônia (451) e a ruptura da comunhão com a Igreja Católica Romana (1054) culminaram com a constituição de três grupos de Igrejas orientais de importância bastante desigual: a Igreja Nestoriana. as Igrejas Monofisistas e as Igrejas Ortodoxas. Desde a União de Brest (1596), sobretudo, Roma empenhou-se para que se unissem a ela os fiéis pertencentes a algumas dessas Igrejas, guardando, porém, seus ritos e suas tradições particulares. Assim nasceu um quarto grupo, o das Igrejas Católicas de rito oriental, donde as Igrejas uniatas ou gregas católicas vindas da comunhão ortodoxa.

• As Igrejas Ortodoxas. A comunhão ortodoxa repousa originalmente sobre a codificação de Justiniano, fundada nos cânones do Concílio de Calcedônia. principalmente o 28º, que estabelece a pentarquia das sedes patriarcais (Roma, Constantinopla e os três patriarcados melquitas de
Alexandria, Antióquia e Jerusalém ). A evangelização dos eslavos, a ruptura romana e as vicissitudes das histórias nacionais introduziram novos elementos de diversificação e provocaram a criação de novos patriarcados e de novas Igrejas autocéfalas ou autônomas ( Bulgária, Sérvia, Rússia, Romênia, Grécia ).

• As Igrejas monofisistas. Assim se designam as quatro Igrejas "não calcedonianas", que se recusaram a aderir às formulações de 451 e que se caracterizam pelo apego à fórmula cristológica da "única natureza encarnada do Verbo de Deus": a Igreja Copta do Egito (Alexandria ), a Igreja da Etiópia, .as Igrejas sírias monofisistas (jacobitas, malabaritas ), as Igrejas armênias monofisistas (Cilícia, Etch-miadzine).

• A Igreja Nestoriana. Também chamada "não calcedoniana", como as monofisistas, porque, tendo rompido com a ortodoxia no Concilio de Éfeso (431), não participou do Concílio de Calcedônia. Formou-se a partir das comunidades cristãs do Império Persa sassânida que haviam adotado a doutrina de Théodore de Mopsueste, mestre de Nestório (Nestoranismo). A Igreja Nestoriana está reduzida a pequenas comunidades; compreende a Igreja Assíria, implantada principalmente no Iraque, e uma comunidade no Malabar.

• As Igrejas Católicas de rito oriental. As primeiras destas Igrejas, chamadas "uniatas" ou "gregas católicas", vêm da comunhão ortodoxa. A primeira união com Roma foi feita, sob fortes pressões politicas, pelos ucranianos e bielo-russos do reino da Polônia (União de Brest, 1596 ), dando origem a uma Igreja Católica Rutena, que conserva o rito bizantino.
Em seguida, outras Igrejas orientais se uniram a Roma, principalmente o patriarcado autônomo grego católico (1724), que foi imitado pelos movimentos unionistas romeno, grego, búlgaro, húngaro, sérvio, núcleos de outras comunidades católicas de rito bizantino. Outras Igrejas Católicas orientais são provenientes de Igrejas monofisistas, como certas comunidades da Cilicia, da Armênia, da costa do Malabar; desde 1899, existe um patriarcado copta católico em Alexandria; a partir de 1961, uma Igreja Católica de rito etíope. Entre as comunidades nestorianas vinculadas a Roma, a mais importante é o patriarcado caldeu chamado de Babilônia, cujo patriarca fica em Bagdá. A Igreja
Maronita, florescente no Líbano, uniu-se a Roma desde a época das Cruzadas, sempre conservando o rito sírio.

Igrejas protestantes, conjunto das Igrejas e comunidades cristãs surgidas com a Reforma  no século XVI, englobando quer as Igrejas formadas nessa época por católicos que então se separaram da Igreja Romana, quer aquelas nascidas em seguida, no seio de comunhões protestantes, ou que se desenvolveram em países de missão.
Nascida na Alemanha com Lutero, a Reforma estendeu-se quase simultaneamente pela Europa, com Zwinglio na Suíça, com Briçonnet, Lefèvre d'Etaples e G. FareI, que na França abriram caminho para Calvino. Surgiram, então, várias correntes no protestantismo: uma corrente luterana (Luteranismo), uma corrente reformada (com o zwinglianismo e o calvinismo ), uma corrente anglicana (Anglicanismo).
(Ver Protestantimo)

Igrejas no Brasil
No Brasil existem várias Igrejas, entre elas:

• Igreja Católica Apostólica Brasileira, sociedade religiosa de caráter nacional, fundada em 1945 por D. Carlos Duarte Costa, bispo de Maura. Surgiu de discordâncias sobre a submissão do catolicismo ao papa, que se acentuaram durante a II Guerra Mundial.

• Igreja Cristã de São Paulo, Igreja protestante autônoma, constituída em 5 de abril de 1942, em São Paulo (SP), como conseqüência da questão doutrinária que abalou a Igreja Presbiteriana Independente, entre 1938 e 1940, em particular quanto ao problema dos castigos eternos.

• Igreja Cristã Reformada do Brasil, ramo do protestantismo no Brasil, fundado por um grupo de refugiados húngaros em São Paulo (1932 ).

• Igreja de Cristo Cientista, nome das Igrejas que formam a Ciência Cristã.

• Igreja de Cristo Jesus, organização evangélica brasileira do pentecostismo, fundada em São Paulo (1958), com trabalhos em Minas Gerais e na Bahia.

• Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ou Igreja Mórmon, igreja protestante fundada nos EUA por Joseph Smith, em 1830, e cujas primeiros missionários chegaram ao Brasil em 1928. A missão brasileira foi oficialmente instalada em maio de 1935.

• Igreja do Evangelho Quadrangular, ramo do pentecostismo no Brasil. através do qual se iniciou o trabalho dos pentecostais independentes no Brasil. com o nome de Cruzada Nacional de Evangelização, cujo trabalho era feito inicialmente em tendas ( "tendas divinas" ).
Surgiu da atividade do missionário norte-americano Harold Williams, da International Church of the Fours Square Gospel (Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular), que chegou ao Brasil em 1940.

• Igreja Episcopal do Brasil, décima nona província da Comunhão Anglicana, estabelecida no Brasil em caráter permanente em 1890, em Porto Alegre, pelos missionários reverendos James Watson Morris e Lucien Lee Kinsolving. - É membro da Confederação Evangélica do Brasil e do Conselho Mundial de Igrejas. Sua doutrina espiritual segue o anglicanismo, ao qual pertence historicamente.

• Igreja Evangélica Armênia, fundada no Brasil em 1930 por imigrantes armênios, fugitivos das perseguições turcas no Oriente Próximo. Os cultos seguem a doutrina e o ritual da Igreja Reformada e são bilíngues.

• Igreja Evangélica de Confissão Luterana, do Brasil, ramo de protestantismo no Brasil com sede em Porto Alegre. Estabelecida em 1824, em Nova Friburgo (RJ), com a vinda de imigrantes alemães de origem luterana (iniciada em 1817). É membro da Confederação Evangélica do Brasil.

• Igreja Evangélica Luterana do Brasil, distrito brasileiro de Lutheran Church-Missouri  Synod. Estabeleceu-se no Brasil em 1900. Oficialmente a Igreja foi fundada em 24 de junho de 1904, em São Pedro do Sul (RS), com 14 pastores. sendo o reverendo W. Mahler seu primeiro presidente.

• Igreja Evangélica Pentecostal, ramo do pentecostismo brasileiro, também denominado O Brasil para Cristo. Fundada em São Paulo em 1956, tem na capital paulista um dos maiores templos do mundo, com capacidade para 25 mil pessoas sentadas.

• Igreja Metodista do Brasil, ramo do protestantismo no Brasil, originário das duas facções da Igreja Metodista Episcopal dos EUA (Norte e Sul), estabelecido em caráter permanente em 1867, quando da chegada ao Rio de Janeiro do missionário Junius E. Newman.

• Igreja Metodista Livre, ramo do protestantismo brasileiro, fundado em 1936 em São Paulo. Segue a doutrina de John Wesley, que considera a santificação como experiência religiosa instantânea que vem após a conversão.

• Igreja Positivista do Brasil ou Centro Positivista Brasileiro, instituição fundada por Miguel Lemos, em 1881, no Rio de Janeiro, para abarcar a totalidade dos positivistas do Brasil, com o objetivo de desenvolver o culto, organizar o ensino e intervir oportunamente nos negócios públicos. Este último objetivo foi deixando de se concretizar, na medida em que o positivismo se firmou como instituição eclesiástica, cuja manifestação inclui cultos públicos e domésticos, missas, vestes especiais, orações, cânticos, sacerdócio e sacramentos em número de nove (apresentação, iniciação, admissão, destinação, matrimônio, aposentação, transformação, incorporação).
Seu templo, idêntico ao que existe em Paris, foi inaugurado em 1927, no Rio de Janeiro.
 
• Igreja Presbiteriana Conservadora, instituição protestante brasileira fundada em São Paulo (1940), como resultado de dissidências doutrinárias na Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.

• Igreja Presbiteriana do Brasil, ramo do protestantismo no Brasil, estabelecida em 1859, com a chegada ao Rio de Janeiro do missionário norte-americano Ashbel Green Simonton (1863). Sua admissão segue o presbiterianismo, e sua doutrina baseia-se no calvinismo. Como Igreja, é membro da Aliança Presbiteriana Mundial e da Confederação Evangélica do Brasil.

• Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, ramo do protestantismo brasileiro criado em 31 de julho de 1903, em São Paulo, como resultado da divisão da Igreja Presbiteriana do Brasil, quando sete pastores e 14 presbíteros, sob a direção de Eduardo Carlos Pereira e Otoniel Campos Mota, se desligaram daquela Igreja.

• Igrejas Batistas Independentes, Igrejas que seguem a doutrina batista, tendo se instalado no Brasil em 1912, com a chegada do missionário Erik Jansson, enviado pela junta missionária de Örebro, Suécia. Em 1952, organizaram-se em convenção nacional e fundaram, em Campinas (SP), o Instituto Bíblico Batista Independente, para o preparo teológico de futuros pastores.