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Culinária do Sul: O Churrasco
Gaúcho

Uma das grandes honras do gaúcho é o churrasco que leva seu nome, como o molho que o acompanha leva o nome de à campanha referindo-se à maneira de comer no campo gaúcho.
E, no entanto, a origem do churrasco não é gaúcha. Ou, pelo menos, não tanto quanto imaginam. O caso é que, no Brasil, como nas demais regiões da América, os descobridores não encontraram qualquer das espécies de gado doméstico da Europa. Foi só a partir do período das capitanias hereditárias e do governo-geral que o boi entrou aqui, vindo das ilhas do Cabo Verde, para o Recôncavo.

Daí é que os grandes senhores, como os Dias d’Ávila e Antônio Guedes de brito, encaminharam-se para o sertão, onde ganharam enormes sesmarias para povoar de gado.

Eles chegaram a Pernambuco e foram além, até o Piauí e o Maranhão, até o Ceará.

O gado que chegou a Minas era mais explorado para dar couro, para fazer rolos, nos quais se acondicionava o fumo para a exportação. Do couro, lá, fazia-se tudo, mesa, cama e cadeira, roupas e alforje, arreios, pratos, copos, tudo. A carne era de segunda importância.

Foi um cearense quem, procurando melhores terras para pasto, levou suas boiadas a Goiás e Mato Grosso, e para baixo, até o Rio Grande.

Domingos José de Mello, latifundiário, rei do charque no nordeste, chegou a Pelotas em 1780. E foi ele, diz a tradição oral, quem primeiro adotou o hábito de comer carne verde, fresca, feita na hora, com o tempero possível - o indispensável sal que qualquer tropeiro carregava.
Muito dono de tropa, acompanhando-a, também comia assim, por diferença dos empregados, que comiam "à tropeira".
O fato é que, no sul, as vacarias prosperaram e de 1800 a 1830 o Rio Grande chegou a abastecer todo o Brasil de carne.
E logo o gaúcho preferiu laço e boleadeiras, de agricultor virou campeiro, muito ancho de si. De sua carne, e do seu churrasco, e de suas comidas simples, alegres e sadias como a vida no campo.
Churrasco
Churrasco na vala: típico do Rio Grande
Engenho de Carne
O engenho da carne seca (parcial) - Debret
Em setembro de 1820, Saint-Hilaire, sem dar nome especial, descrevia o churrasco gaúcho:
“Logo pousado no lugar onde pousei, meu soldado fez uma grande fogueira; cortou a carne em compridos pedaços da espessura de um dedo, fez ponta em uma vara de cerca de dois pés de comprimento e enfiou-a à guisa de espeto em um dos pedaços de carne, atravessando-a por outros pedaços de pau, transversalmente, para estender bem a carne; enfiou o espeto obliquamente ao solo, expondo ao fogo um dos lados da carne, e quando o julgou suficientemente assado, expôs o outro lado. Ao fim de um quarto de hora, esse assado podia ser comido, parecendo uma espécie de beefsteak suculento, porém de extrema dureza.”
(Viagem ao Rio Grande do Sul, 158, São Paulo, 1939).

Fontes : A Cozinha Brasileira - São Paulo: Circulo do Livro S.A. (Edição integral Revista Cláudia - Editora Abril Ltda), sem data.
Dicionário do Folclore Brasileiro - Câmara Cascudo, Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A. sem data
Churrasco na Vala: Foto de Valdemir Cunha - Revista Viagem e Turismo nº 7, Julho de 1999 - Ed. Abril.
Churrasco da Campanha: Foto de Juvenil de Souza - Revista Geográfica Universal - Edição especial VASP - Bloch Editores S.A. - abril de 1979


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