|
|
|
Imagem ilustrativa - foto de Pâtikâ |
Entre
os Cinta Larga A pesca é feito do baixar das águas até a chegada da cheia. Pesca-se à beira do rio com anzol ou flecha, a toda hora. Homens e mulheres, adultos e crianças, passam horas a fio acompanhando as brincadeiras dos que tomam banho, pegando pequenos piaus e piabas. Conseguem peixes um pouco maiores indo de canoa até o rio o meio do rio; mas, quantidades significativas, encontram-se apenas em locais distantes, nos poções situados rio abaixo e rio acima. Essas pescarias são mais demoradas; são viagens que deslocam mais de uma família. Não raras vezes, acampam no local mais promissor e por vários dias se fartam de peixe. No retorno, às vezes, nada trazem, mas podem também voltar carregados de peixe, caça, frutos ou matéria prima para o artesanato. No final da estação chuvosa, homens e meninos pescam nos igarapés menores da redondeza, envenenando a água com timbó. |
|
|
A
canoa
é uma aquisição recente. Antes dela, cruzavam rios e igarapés a nado ou
improvisando pontes nos locais de corredeiras . Com a canoa
aumentaram-se as possibilidades da pesca mais produtiva, a freqüência
dos passeios e mesmo a caça noturna.
|
|||
Entre os Mehinaku O Peixe é outro alimento importante na cultura xinguana. A pescaria pode ser individual ou coletiva, sendo esta a que predomina na cultura xinguana, determinando os preparativos e a data de realização de um cerimonial. Enquanto alguns homens trazem da mata os feixes de timbó, espécie de cipó, que macerado na água libera um veneno vegetal que entorpece os peixes, outro grupo constrói uma barragem no rio para que os cardumes não escapem fugindo do efeito paralisante da seiva do timbó. Assim que os peixes sobem à tona, homens e meninos os jogam para a margem, onde são coletados pelas mulheres e colocados em jiraus, para em seguida serem moqueados. Esta forma não estragam no transporte até a aldeia. Os Mehinaku não precisam se preocupar com isto, pois o rio fica próximo a aldeia. As pescarias também funcionam como momentos de grande brincadeira e divertimento entre os indígenas. Ao término do trabalho alguns peixes são preparados na beira do rio mesmo. |
A nascente do Tauatauari é em um igarapé. Nesse local a água ainda é cristalina e excelente para a diversão - foto : Vito D'Aléssio |
Fontes: Araweté:
O Povo do Ipixuna / Eduardo Viveiros de Castro. - São
Paulo : CEDI - Centro Ecumênico de Documentação e Informação, 1992
Os Cinta Larga /
Carmen Junqueira (Depto. de Antropologia, Pontifícia Universidade
católica de São Paulo) in Revista de Antropologia, Volumes 27/28.- São
Paulo : Publicação do Departamento de Ciências Sociais (Área de
Antropologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas -
Universidade de São Paulo, 1984/85
Os herdeiros de
Maivotsinín / Paulo Pinagé in Horizonte geográfico, ano 12
- nº 62. - São Paulo
|
||
Deixe seu comentário: | Deixe seu comentário: | |
Correio eletrônico | ||
Livro de visitas |