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Ritos de Casamento entre os Urubus-Kaapor

Os casamentos são motivos de algumas das maiores e melhores festanças, com muito canto e muita bebedeira. Em meio a essa festa o pai traz a filha adornada com toda a riqueza plumária da família e a entrega ao rapaz, igualmente paramentado, dizendo:
- Aqui está sua mulher.

O noivo, sentado num pau que faz as vezes de banco, com os joelhos bem juntos, espera a noiva, que se aproxima, ajoelha ou simplesmente agacha, deita os seios sobre os joelhos do futuro marido e põe a mão direita em sua cabeça. Ele, por sua vez, coloca a mão direita aberta sobre a cabeça da moça. Cantam, então, durante horas, enquanto todos se divertem, uma litania assim:

Casar, casar.
Agora vamos casar
Vamos vestir
Vamos comer
Vamos comer
Vamos sacudir o rabo

Vestir, comer e sacudir o rabo, que nós, talvez, disséssemos requebrar ou coisa parecida, são sinônimos de suruk, copular.
Diadema Urubu-Kaapor
Diadema Urubu-Kaapor
A forma de casamento é expressa pelo parentesco, uma vez que, são irmãos os filhos de irmãos da mãe e os filhos dos irmãos do pai, tratados respectivamente como pais e irmãos. Já os filhos das irmãs do pai ou dos irmãos da mãe, seus filhos para nós, são chamados cunhados, e seus
genitores de sogros e sogras. Toda ruptura dessas regras é vedada como incestuosa, o que condiz com uma relação vexada no convívio diário, envergonhada, porque existe a possibilidade de intercurso sexual. Ao contrário, as relações com primos paralelos, chamados irmãos, são
espontâneas e livres, porque não há possibilidade de malícia sexual. Uma das conseqüências dessa forma de regulação do incesto é abrir os grupos locais para buscar casamentos em outros grupos, alargando a solidariedade tribal e enriquecendo o intercâmbio cultural.


Fonte : Diários Índios: Os Urubus-Kaapor / Darcy Ribeiro. - São Paulo: Companhia das Letras, 1996.


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