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O Conflito do Contestado

No começo do século XX houve um violento conflito de terra que envolveu posseiros pobres, negros, mestiços e indígenas, numa área de 25 mil quilômetros quadrados, região disputada pelas províncias do Paraná e Santa Catarina.

Uma companhia norte-americana, a Brazil Railway, que construiu a estrada de ferro São Paulo - Rio Grande, recebeu do governo, como parte do pagamento, terras em uma faixa de quinze quilômetros de cada lado da ferrovia. Essa empresa deveria colonizar a área com imigrantes, mas o seu principal interesse era a exploração da floresta nativa, rica em pinheiros e imbuias.

Mapa: Conflito de Contestado
Fonte: D'Angelis, Wilmar. Contestado, FTD, 1991. (adaptado).
A população que morava nessas terras como posseiros foi expulsa, e essa gente veio a se unir aos quase 8 mil trabalhadores da estrada de ferro que haviam sido recrutados nas grandes cidades e que, após o término da construção, se viram completamente abandonados. Também foram arruinados os pequenos madeireiros, pois não podiam competir com uma grande empresa estadunidense instalada na região do Contestado, a mais moderna serraria da América Latina, e que exportava a madeira para os Estados Unidos.

Há tempos aquela região era freqüentada por beatos, que se ocupavam da vida religiosa do povo. Há registros de um João Maria, a partir de 1840, que se seguiu a outro monge com o mesmo nome. O mais famoso foi um terceiro José Maria, que se dizia irmão do anterior e liderou, em 1912,a primeira revolta. O povo se uniu para lutar pela posse da terra, por uma sociedade mais justa, orientada por princípios religiosos.

Em 1914 houve um novo confronto em Taquaruçu que resultou em uma verdadeira carnificina. Os sobreviventes se reuniram em novo arraial, Caraguatá. Ali o movimento começou a receber novas adesões e a revolta ganhou um caráter mais organizado.
Conflito de Contestado
Os rebeldes conseguiram manter o controle sobre a vasta região com inúmeras vilas onde viviam os seguidores do monge e alguns redutos estratégicos. O movimento foi liquidado em fins de 1915, após quase um ano de intensa luta. Pela primeira vez o governo brasileiro utilizou aviões de bombardeio e de reconhecimento. Os remanescentes refugiaram-se no vale do rio Santa Maria, onde foram esmagados por 6 mil soldados do Exército e da Polícia dos dois estados, além de mais mil homens fornecidos pelos coronéis da região.

A violência e crueldade foram marca da ação das forças governamentais. Casas incendiadas, mais de 6 mil pessoas mortas, inclusive mulheres e crianças.

Nesse movimento participaram também indígenas Kaingang e Xokleng, sendo que até hoje os Kaingang de Santa Catarina realizam o batismo de São João Maria. Os remanescentes do Contestado, chamados de cafusos, ainda vivem em Santa Catarina, mantendo uma organização comunitária, sendo seus líderes chamados de cacique e vice-cacique.

Fonte : Brasil Indígena: 500 anos de resistência / Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. - São Paulo: FTD, 2000
http://wp.clicrbs.com.br/contestado/tag/guerra-do-contestado/?topo=84,2,18,,,84&status=encerrado


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