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A guerra teve
altos e baixos para ambos os lados. Em 1690, Matias Cardoso aceitou
entrar na guerra, assumindo o comando geral das operações, e Domingos
Jorge Velho partiu para Alagoas, onde arrasou o Quilombo de Palmares.
Nesse ano os janduí fizeram uma grande investida contra o batalhão de
Cardoso. Quase aniquilado e com pouca munição, ele teve de refugiar-se
no Ceará. Refeito, voltou com sua gente para Natal, que estava sendo
atacada por outros grupos indígenas do sertão. Novamente Antônio de Albuquerque foi chamado para assumir o comando da guerra. Chegou com trezentos cavaleiros e muita munição. A partir daí a guerra começou a virar. Os Janduí tiveram muitas perdas, e numa só batalha morreram 230 guerreiros. No final de 1691, numa luta sangrenta, caiu preso o grande cacique Canindé, um dos principais chefes Janduí. Cansados de tanto sofrimento, os indígenas propuseram um acordo "para solicitar uma paz perpétua para que sua nação e os portugueses pudessem viver em paz". Embora desconfiando da promessa dos Janduí, o governador Câmara Coutinho aceitou os termos do tratado, esperando que os 14 mil Janduí, das 22 aldeias da região, se tornassem cristãos e leais súditos de Sua Majestade. A 10 de abril de 1692, na presença de dois caciques, setenta líderes indígenas e outras autoridades portuguesas, foi assinado um tratado de paz "entre o muy poderoso Senhor Dom Pedro I, por mercê de Deus, rei de Portugal e Algarves, e Canindé, rei dos Janduí". Canindé prometeu que ele e seus descendentes seriam "humildes vassalos de Sua Majestade", aceitariam o batismo cristão e cederiam 5 mil guerreiros para o serviço dos portugueses. Em troca receberiam dez léguas em quadra ao redor de suas aldeias e a promessa de ser protegidos pelos portugueses, em caso de ataque dos paulistas ou de outros indígenas. Esse tratado durou pouco. Em 1694, o novo governador, rompendo a aliança, ordenou expedições de extermínio. Três anos depois, Bernardo Vieira escrevia ao rei que havia reduzido "com tão bom êxito todos os pagãos à paz universal". À paz de cemitério, evidentemente. A guerra ainda não havia terminado. Em 1715, o governador de Pernambuco determinava a sua continuação com fervor, "para que assim ou se extingam estes bárbaros ou se afugentem de nós tanto que vos fique livre o uso da terra (...)". Depois de 1720 não houve mais registro de sublevação. Líderes da Guerra do Açu Janduí e Caracará - Caciques nas regiões entre os rios Curimatá e Trairi e líderes na fase inicial da guerra. Canindé - Cacique dos Janduí, líder na fase final da guerra. Esikeri - Cacique Kariri morto por Domingos Jorge Velho na aldeia Guararu, dos padres jesuítas, onde se refugiara. |
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