Para
Pombal, a resistência indígena era obra da hostilidade
jesuítica.
Vem desse tempo a sua Relação Abreviada da República dos Jesuítas,
atribuindo a estes a tentativa de criação de um "Império Temporal
Cristão" na região das missões. Em 1759 foram expulsos, por ordem do
marquês, de Portugal e demais domínios do reino.
No mesmo ano
morreu Fernando VI de Espanha, subindo ao trono Carlos III, que não
demorou em denunciar o tratado de 1750. Gomes Freire de Andrade, que
comandava as tropas coloniais portuguesas contra os guaranis, em 1761,
temendo ter que enfrentar o maior peso da ofensiva indígena,
retirou-se, recusando-se a receber os Sete Povos. Pombal, que tentara
negociar modificações do tratado com a Espanha, não tivera êxito.
Suspendeu, desse modo, sua execução, até que em fevereiro de 1761
firmou em El Pardo um novo tratado anulando o de Madrid.
A
questão fronteiriça do sul continuaria, só sendo resolvida por novos
acordos em 1777, Santo Ildefonso, e 1801, Badajós, que acomodariam os
dois grandes impérios da América do Sul sobre as cinzas dos Povos das
Missões. Estes não conseguiram resistir, e seu epílogo ainda
é
Darcy Ribeiro quem nos descreve: elas foram "assaltadas pela burocracia
colonial, pelos assuncenos e pelos mamelucos paulistas,
propositadamente desorganizadas para abolir características tidas como
comunizantes. Já em fins do século XVIII, os índios missioneiros haviam
sido dispersados, escravizados e conduzidos a regiões longínquas,
dissolvidos no mundo dos gaúchos, ou ainda, refugiados nas matas onde
se esforçavam por reconstituir a vida tribal, enquanto suas terras e
seu gado passavam às mãos de novos donos".
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