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Missionário
ensinando pequenos indígenas a cantar.
Nessa imagem de H. Bernardelli, exalta-se a figura do missionário
no seu trabalho "civilizador" e "evangelizador" junto aos povos
indígenas.
Ainda hoje não se questionam suficientemente a perda de indentidade e a
submissão ao colono português, provocadas pelo trabalho missionário.
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O
dia começa às quatro horas - às cinco, no inverno -, ou seja, cerca de
uma hora antes de o ssol aparecer. O porteiro toca o sino para
despertar os jesuítas, que se dirigem imediatamente à igreja para uma
hora de oração.
Enquanto isso, os responsáveis pelas crianças
percorrem as ruas ao som de tambores, gritando: "Irmãos, o dia começa a
raiar! Que Deus os proteja e ajude! Acordem seus filhos e filhas para
que eles venham orar a Deus e louvá-lo, ouvir a santa missa e ir em
seguida ao trabalho. Não demorem, não sejam fracos, não se deixem
conquistar pela preguiça! Ouçam, já estamos tocando tambor, etc.".
Todas
as crianças e adolescente de sete anos até a idade de se casar são
reunidos pelos alcaides e levados para diante da igreja. Os meninos
perfilam-se de um lado, as meninas, do outro. Duas crianças recitam as
orações, repetidas em coro pelos companheiros. Tudo isso é feito sob a
direção de catequistas índios, mas os jesuítas não confiam muito neles
num assunto tão essencial e têm a precaução de, às vezes, aparecerem de
surpresa.
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Os
enfermeiros também visitam toda a redução na
primeira hora. São chamados curuçuyás,
ou seja, "os que carregam a
cruz", pois usam sempre, à guisa de bastão, uma grande cruz parecida
com a dos jesuítas. Há quatro ou seis enfermeiros, dependendo da
redução. Seus serviços são essenciais, e estão desobrigados dos
encargos comuns; até seus campos são cultivados às custas do Tupambae.
Em compensação, se não chamarem os jesuítas, mesmo em plena noite,
quando alguém está à morte, recebem uma "revoada de chicotadas".
Cada
qual cuida de uma determinada parte da redução e se informa sobre todos
os doentes. Quinze minutos antes do final da oração abre-se a portaria,
e os curuçuyás vão fazer seu relatório: o estado de cada doente e a
possibilidade de se receber os sacramentos da Santa Igreja. O jesuíta
lhes indica os cuidados em cada caso; eles conhecem alguns remédios
simples, mas não podem aplicá-los sem a autorização dos padres.
(Hubert,
Máxime. Índios e
jesuítas no tempo das missões. São Paulo: Companhia das
Letras, 1990. p. 256-7)
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