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O
Massacre de Ilhéus - ilustração de Delphim |
O
litoral atlântico era ocupado por numerosos povos indígenas que falavam
a mesma língua, o tupinambá. Viviam da pesca, da caça e da agricultura
de subsistência, plantavam sobretudo mandioca, milho e feijão. No
entanto, os portugueses que vieram para cá queriam plantar a
cana-de-açúcar com a intenção de vender o açúcar na Europa, pois rendia
muito dinheiro. É fácil concluir que entre os indígenas e esses
invasores o choque seria inevitável e que a superioridade tecnológica
dos portugueses determinaria em muitos casos a derrota dos indígenas.
Os colonizadores adotaram o puro terror e o massacre, e muitas vezes o
suborno, para obter a submissão dos povos indígenas. Atraídos pelos
artefatos europeus, como anzóis, foices e machados, os portugueses
conseguiam em troca a mão-de-obra indígena.
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Os
portugueses também exploravam as rivalidades intertribais. Era tática
comum fazer alianças com uma tribo para lutar contra uma outra rival.
Ao final da guerra, os antigos aliados eram igualmente aniquilados ou
submetidos. Mas algumas tribos usaram da mesma tática, como ocorreu nas
disputas entre franceses portugueses nas primeiras décadas da
colonização.
Sobreviveram
poucas nações no litoral brasileiro: os Tremembé e os Tapeba, no Ceará;
os Potiguara, na baía da Traição (Paraíba); os Pataxó, em Coroa
Vermelha e Barra Velha (Bahia); os Tupinikim, ao norte do Espírito
Santo. São grupos remanescentes que perderam sua língua original e
falam hoje o português. Vivem discriminados pela sociedade nacional,
mas continua considerando-se indígenas.
No
litoral paulista e capixaba vivem os Guarani, que vieram mais tarde do
Paraguai, mas enfrentam os mesmos problemas das outras nações
do litoral.
Apesar
de tudo parte da cultura indígena sobreviveu, mesmo com a miscigenação,
que muitas vezes foi fruto de violência contra esses povos. |
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