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O resultado do primeiro século de contatos com os europeus foi o massacre dos povos indígenas do litoral brasileiro.

Este texto, escrito em 1583 na Bahia, provavelmente pelo jesuíta Luís da Fonseca, mostra a violência do início da colonização portuguesa, quando os engenhos de açúcar começaram a ser instalados no litoral.
"A gente [indígena] que é gastada nesta Bahia, parecia coisa que se não pode crer, porque nunca ninguém cuidou que tanta gente se gastasse nunca, quanto mais em tão pouco tempo. Porque nas 14 igrejas que os padres tiveram, se juntaram 40 mil almas.

(...) De seis anos a esta parte [para cá], sempre os portugueses desceram gente para suas fazendas (...), o que isto podia somar, se chegam ou passam de 80 mil almas. Vão ver agora os engenhos e fazendas da Bahia, achá-los-ão cheios de negros da Guiné e muito poucos da terra e se perguntarem por tanta gente [indígena que havia] dirão que morreu, donde se bem mostra o grande castigo de Deus dado por tantos insultos como são feitos, e se fazem a estes índios.

(...) Porque os portugueses vão ao sertão e enganam esta gente, dizendo-lhe que se venham com eles para o mar [litoral] e que estarão em suas aldeias como estão em sua terra e que seriam seus vizinhos. Os índios crendo que é verdade, vêem-se com eles e os portugueses para que os índios não arrependam, lhes desmancham logo todas suas roças, e assim os trazem e chegando ao mar, os repartem entre si, uns levam as mulheres, outros os maridos, outros os filhos e os vendem.
Outros portugueses no sertão abalam [retiram] os índios dizendo que os trazem para as igrejas dos padres, e com isso se abalam de suas terras, porque já sabem por todo o sertão, que somente gente que está nas igrejas, onde os padres [jesuítas] residem, tem liberdade, que toda a mais é cativa.

Vão os portugueses 250 a 300 léguas [1.500 a 1.800 quilômetros] buscar este gentio por estar já muito longe, e como a terra está já despovoada, o mais deles lhes morre pelo caminho à fome, e alguns portugueses houve que, tomando pelo caminho algum gentio contrário daqueles que trazem, o matam e lhes dão a comer, para com isso os sustentarem."

(Anônimo. Informação dos primeiros aldeamentos da Bahia. In: Anchieta, Jose de. Textos Históricos. São Paulo, Loyola, 1989. p. 176-7)

Fonte:  Brasil Indígena: 500 anos de resistência / Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. - São Paulo: FTD, 2000.


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