Cantigas de Velório
Cantigas
de Velório:
Moda leiga de encomendar os mortos em lugares onde não existem
padres, como os cantos
de sentinela
do Nordeste
Cantos
de Sentinela:
Velório no interior de Pernambuco, Alagoas, Ceará. Quarto
na Paraíba e Rio Grande do Norte e também no Ceará,
onde ainda denominam Guarda, o mesmo que em São Paulo, onde é
conhecido por Guardamento. (Cândida Maria
Santiago
Galeno, “Ritos Fúnebres no Interior do Ceará”, Correio do
Ceará, Fortaleza, 29-3-1957).
Durante a sentinela, sempre à
noite, cantam as Excelências,
incelenças.
(José Nascimento de Almeida Prado,
“Trabalhos
Fúnebres na Roça”, sep. Revista do Arquivo, CXV, São
Paulo, 1947).
Sentinela
Milton Nascimento
Morte
vela sentinela sou do corpo desse meu irmão que já se vai
Revejo
nessa hora tudo que ocorreu, memória não morrerá
Vulto
negro em meu rumo vem
Mostrar
a sua dor plantada nesse chão
Seu
rosto brilha em reza, brilha em faca e flor
Histórias
vem me contar
Longe,
longe, ouço essa voz
Que
o tempo não vai levar
Precisa
gritar sua força ê irmão, sobreviver
A
morte inda não vai chegar, se a gente na hora de unir
Os
caminhos num só, não fugir e nem se desviar
Precisa
amar sua amiga, ê irmão e relembrar
Que
o mundo só vai se curvar
Quando
o amor que em seu corpo já nasceu
Liberdade
buscar,
Na
mulher que você encontrar |
Cd
Sentinela - Milton Nascimento
Morte
vela sentinela sou
Do
corpo desse meu irmão que já se foi
Revejo
nessa hora tudo que aprendi, memória não morrerá
Longe,
longe, ouço essa voz
Que
o tempo não vai levar
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