|
|||||||||||||||||||
Mito Nacional O Saci-Pererê Mitos Gerais Mitos Regiões
|
|
- O rio está dormindo! – disse ele,
num sussurro.
O moço preparou-se para mergulhar, sem dizer uma palavra, já arrependido do compromisso que assumira. Respirou profundamente, como que procurando a coragem perdida. Sabia que não podia esperar mais, sem que seus companheiros percebessem o medo que o dominava. Corajoso, controlou-se e saltou, quebrando o cristal das águas paralisadas e desaparecendo nas profundezas misteriosas. Os barqueiros trocavam olhares de surpresa, pois acreditavam que ele desistiria no último instante. O tempo foi passando e o moço não retornou à superfície. Os barqueiros olhavam com ansiedade o lugar onde ele desaparecera. Quando julgavam confirmado o seu receio, as águas se abriram, deixando surgir a cabeça do corajoso mergulhador. - É ele! – disse um dos barqueiros. - Olhe que é algum afogado enraivecido, porque acordamos o rio! – avisou outro. Era mesmo o rapaz que voltava, não havia dúvidas. Entretanto, ele estava tão diferente, que seus amigos ficaram surpresos. Falaram com ele, gritaram, chamaram. Com o olhar vazio, ele ficou andando pelo barco, de um lado para outro, sem destino certo... De repente, com um salto, atirou-se nas águas do rio. Aconteceu tão depressa que ninguém pôde fazer nada e o moço desapareceu para nunca mais voltar. Mãe-d’Água
Espécie de sereia que vive no Rio São Francisco. Para os barqueiros, o rio dorme quando é meia-noite, permanecendo adormecido por dois ou três minutos. Neste momento, o rio pára de correr e as cachoeiras de cair. Os peixes deitam-se no fundo do rio, as cobras perdem o veneno e a Mãe-d’Água vem para fora, procurando uma canoa para ela sentar-se e pentear seus longos cabelos. As pessoas que morreram afogadas saem do fundo das águas e seguem para as estrelas. Os barqueiros que se acham no rio à meia-noite, tomam todo o cuidado para não acordá-lo. Se um barqueiro sente sede, antes de pegar a água do rio, joga nela um pedacinho de madeira. Se ele fica parado, o barqueiro espera, porque não convém acordar o rio: quem o fizer, poderá ser castigado pela Mãe-d’Água, pelo Caboclo-d’Água, pelos peixes, pelas cobras e pelos afogados, que não podem alcançar as estrelas. |
|
Deixe seu comentário: | Deixe seu comentário: | |
Correio eletrônico | ||
Livro de visitas |