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Danças e Festas Folclóricas |
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O
Reisado é formado por um grupo de foliões, de pastores e pastoras que
se reúnem numa espécie de rancho, com o fim de visitar as casas das
pessoas mais gradas e hospitaleiras da região, a cantar e a dançar.
O reisado apresenta diversas modalidades e compõe-se de várias partes: a) abrição da porta; b) entrada; c) louvação ao Divino; d) chamadas do rei; e) peças de sala; f) danças; g) a guerra; h) as sortes; i) encerramento da função. Tem como principais personagens: o rei, o mestre, o contramestre, Mateus, Catarina, figuras e moleques. |
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Indumentária:
Rei - culote até os joelhos, terminado por franjas, blusa de cetim de cor diferente com mangas compridas; no peito, espelhinhos; manto de cetim dourado que cai até os joelhos; coroa de ouro, cetro. Mestre - chapéu de palha, forrado de cetim, de aba dobrada na testa (como usam os cangaceiros) adornado com muitos espelhinhos, bordados dourados e flores artificiais; da parte não dobrada da aba pendem fitas compridas de cores variadas, saiote de cetineta até a altura dos joelhos, de cores vivas, com grega de galões largos; por baixo saia branca, com dois ou três babados; blusa, peitoral e capa. Contramestre - idêntica à do Mestre, porém menos pomposa. Mateus - paletó e calça de brim com placas de remendos, alpercatas de couro cru, chapéu de palha enfeitado com espelhinhos e franjas, penduricalhos ao peito, como se fossem medalhas, cantil e bornal a tiracolo; pandeiro, espingarda de bambu. Catarina (palhaça) - roupa de tecido xadrez, de maneira a lembrar um palhaço. Figuras - trajes idênticos ao do mestre, porém mais pobres e mais simples. Inicia-se o folguedo com o rei seguido do mestre e do contramestre e acompanhado de meninos que trazem grandes candeias de querosene, conduzindo o reisado. Atrás seguem os dançadores de entremeios, com baús cheios de máscaras e trajes. Entoam marchas ao som de violas, harmônicas, maracás, rabeca, pandeiros e vão em demanda das casas onde celebram sua função. Abrição da porta: O mestre dirige a evolução do episódio por meio de apitos. Canta-se e dança-se com volteios altivos e elegantes. O reluzir dos espelhos e das lantejoulas produz grande efeito pictórico. Mateus vai aboiando dando uma nota de comicidade à função. Terminam pedindo licença para entrar. Entrada: Entram os tocadores, criando animação, seguidos do rei, do mestre, do contra-mestre e das figuras, portando-se todos com garbo e imponência. Cantam a peça da entrada e fazem elogios ao dono da casa. Executam marchas e contramarchas em ritmo ligeiro e com passos arrastados. Louvação ao Divino: O reisado dirige-se ao presépio ou à capela da casa visitada. Ajoelham. Cantam em louvação ao Divino, ao som da música, mas os maracás são abafados com as mãos para produzir um som surdo. Voltam à sala. O rei ocupa o trono. As figuras colocam-se em duas filas. Realizam-se, então, os entremeios, os episódios de guerra e as embaixadas. O mestre dirige a peça. Chamadas do rei: Ao fim de uma peça, ou de um entremeio, o rei levanta-se do trono, chama o mestre e com ele cruza sua espada, em ressoantes entrechoques, enquanto estabelece com ele uma série de embaixadas. |
Máscaras do Reisado - |
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Máscaras do Reisado - |
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Peças de sala:
Antes e depois das embaixadas, são cantadas e dançadas as peças de
sala. Estas são críticas, comentários, sátiras sobre fatos ou
acontecimentos ligados à vida de pessoas ou do povo da região.
Danças: As danças são numerosas e variadas, como, por exemplo, a dança do gingá com o entremeio da mamãe velha. Neste, como 1º passo, os figurantes
acocoram-se e balançam e remexem os traseiros para os lados; |
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5º passo, o dançarino
faz pião com o calcanhar esquerdo e de uma volta rápida para o mesmo
lado. Em seguida, apoiando-se sobre o outro calcanhar, gira
inversamente, imitando o movimento de um corrupio; 6º passo, os
dançarinos cruzam as pernas, ora a direita à frente da esquerda, ora
esta última à frente da direita, enquanto os pés se movimentam; 7º passo, idêntico ao passo
anterior, executado, porém, não de modo lento e compassado mas com
movimentos rápidos e quase pulados; 8º passo,
consiste de sapateados, apresentando muitas variantes com diferentes
nomes, dos quais podemos citar os seguintes: a) passo 40 ou marcha três
tropéis, batidos sem os dançarinos saírem de seus lugares; b) três
tropéis, batidos como antes, porém sendo três para a frente e três para
trás; c) quatro tropéis para frente e quatro para trás, de acordo com o
ritmo; 9º
passo,
é a dança mais comum e consiste em dois passos
dirigidos para um lado e um pouco para a frente, e dois outros
dirigidos para o lado contrário e um pouco para trás, com requebros do
corpo para os lados aonde se dirigem os passos. O corpo vai virando
continuamente, de modo que os figurantes volteiam em movimentos
independentes. A Guerra: O mestre apita e o primeiro embaixador atende. Cruza espadas e inicia embaixadas de guerra, primeiro com o mestre, depois com o rei. Quando chega a vez do segundo embaixador, as embaixadas já se tornam cansativas, repetindo-se as batidas de espadas. Por fim, todos os figurantes, inclusive o rei e o mestre se empenham na luta e o combate se torna geral. As sortes: Todos os figurantes, até o próprio rei, atiram seus lenços aos donos da casa e à assistência. Estes os devolvem com dinheiro dentro. Recolhidas as sortes, o mestre apita e as filas de dançarinos se afastam para os lados. Então começam os entremeios. Estes são composições teatrais, jocosas, burlescas, como o bumba-meu-boi, o cavalo-marinho, etc. Encerrados os entremeios, voltam as danças e cantorias de peças, sucedem-se as embaixadas até que sejam apresentados novos entremeios. Note-se, de passagem, que os personagens dos entremeios não tomam parte nas danças das embaixadas. São os entremeios que dão maior brilho a esta dança dramática e são tão apreciados que alguns são apresentados mesmo fora de sua época como, por exemplo, (o famoso bumba-meu-boi, o boi simboliza o do presépio) que, inicialmente, era o principal entremeio do reisado e é levado agora também nas Festas Juninas. Muitos destes entremeios, deliciosos quadros independentes, revelam um espirito chistoso, outros se inspiram em motivos míticos ou totêmicos, como o Zabelê. Folharal: Nesta dança, o personagem oculta a cabeça sob uma cabaça donde pendem longas folhas de samambaia, traja um camisolão coberto de folhas e capim. Aumenta seu fantástico aspecto quando os longos cabelos de samambaia esvoaçam nos continues rodopios dados pelo bailarino. Zabelê: O dançarino, disfarçado num saco pintado, usando máscara com bico, dança e assobia, imitando o pássaro jacu. Curiabá: O dançarino imita o macaco, se coça dançando e faz mil trejeitos engraçados. Sapo Cururu: Agachado no chão, o dançarino coaxa e dá estranhos pulos. |
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Alma, Diabo e Miguel: É um entremeio que deixa a assistência suspensa e trêmula de medo. A alma, envolta em lençol branco, desfiando um rosário, gemendo, aparece. Foge do Diabo que, todo vestido de vermelho com rabo e garras afiadas, a persegue. Agarra-a mas quando já a arrasta para o inferno, interpõe-se no seu caminho o anjo São Miguel, geralmente representado por uma moça, de asas brancas e espada em riste. Trava-se uma luta entre ele e o Diabo que é vencido. Há um forte estouro de pólvora na sala e o Diabo aproveita a oportunidade para desaparecer da cena. Suspiros de alívio na assistência. Entre inúmeros outros,
podem-se ainda citar o Lobisomem, o Matuto e o Fantasma, o Capitão de
Campo, o Pescador e a Sereia. |
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Folia de Reis Durante 12 dias, a partir do natal - até 6 de janeiro-, o Alferes da Folia, chefe dos foliões, pode bater à sua porta a qualquer momento, de manhãzinha, seguido dos palhaços do Reisado e de seus instrumentos barulhentos. Vai despertar quem estiver dormindo, pedir pemissão para entrar, tomar café e recolher dinheiro para a Folia de Reis, uma festa popular de origem portuguesa que ainda sobrevive em cidadezinhas brasileiras. Vai oferecer uma bandeira colorida, enfeitada com fitas e santinhos, enquanto, do lado de fora, os palhaços vão dançar ao som do violão, do pandeiro, do cavaquinho, recitando versos. Esta festa comemora o nascimento de Cristo. Seu enredo lembra a viagem que os três reis magos - Baltazar, Belchior e Gaspar - fizeram a Belém para encontrar o Menino Jesus. Os palhaços, vestidos a caráter e cobertos por máscaras, representam os soldados do rei Herodes, em jerusalém. Os foliões abrem alas com uma bandeira, que - dizem!- é abençoada e protege das más influências. Depois de 12 dias de jornada, o dinheiro arrecadado é gasto em comes e bebes para todos.1 Folia: Folguedo popular em que um grupo de rapazes, carregando uma bandeira ou estandarte, pedem esmolas para a festa do Divino (folia do Espírito Santo) ou dos Reis Magos (folia de reis). Levam cavaquinho, violões, pandeiro, pistão e tantã, e cantam à porta das casas, recebendo esmolas e refeições. É um costume de origem portuguesa registrado em todo país.2 |
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