Parintins,
localizada a 392 quilômetros de Manaus, na ilha de Tupinambarana, à
margem direita do rio Amazonas, é um dos principais celeiros culturais
da Amazônia.
O
Boi-bumbá, tradição celebrada, inicialmente, como uma festa no meio da
rua, atualmente, reune uma multidão de 40.000 pessoas, num bumbódromo,
que assistem à disputa entre os dois bois, representados pelos grupos
Vermelho,
ou Garantido,
e Azul,
ou Caprichoso.
Na década de
60 o boi-bumbá foi para as quadras criando então o Festival Folclórico.
Em 1985,
montou-se um
bumbódromo de madeira, com arquibancadas, camarotes e uma arena
acimentada para a apresentação dos grupos. Em 1988, foi inaugurada a
versão em alvenaria, definitiva.
A festa, realizada todos
os anos nos dias 28, 29 e 30 de junho, começou quando, em 1912, a
comunidade passou a levar o boizinho de pano de Lindolfo Monteverde,
chamado de Garantido, para brincar no quintal de moradores ilustres.
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Foto do Cd "Boi-bumbá/Caprichoso
97",
de José Luiz Pederneiras.
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Os
primeiros sons do boi-bumbá foram feitos com tambores, surdos e
caixinhas, instrumentos de sopro, como sax e clarinete, e rabecões
(grandes violinos no formato de rabeca). Lindolfo Monteverde, fundador
do Garantido, era
então conhecido pela potência da voz, num tempo em que não existiam
amplificadores.
Com
o
passar do tempo, ficaram apenas as palminhas (instrumento feito com
dois pedaços de madeira) e os tambores. Vieram os tambores
treme-terras, do tamanho de barris de petróleo. Na década de 80,
retornava a Parintins o compositor e instrumentista Fred Góes, que
integrou o grupo Raízes de América, sucesso na
América Latina, trazendo o charango, instrumento andino feito de cordas
colocadas sobre o casco do tatu. |