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 Auto do boi
 1.Bumba-meu-boi (MA)
 2. Boi-bumbá (AM)
 3. Boi Tinga (PA)
 4. Boi Calemba (PE)
 5. Boi-à-serra (MT)
 6. Boi-de-Mamão (SC)
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Danças comuns à várias regiões  brasileiras




Auto do Boi
A origem do auto do boi remonta ao Ciclo do Gado, no século XVIII, resultante das relações desiguais que existem entre os escravos e os senhores nas Casas Grandes e Senzalas, refletindo as condições sociais vividas pelos negros e índios. Contado e recontado através dos tempos, na tradição oral nordestina, e depois espalhada pelo Brasil, a lenda fundante adquire contornos de sátira, comédia, tragédia e drama, conforme o lugar em que se inscreve, mas sempre levando em consideração a estória de um homem e um boi, ou seja, o contraste entre, por um lado, a fragilidade do homem e a força bruta do boi e, por outro lado, a inteligência do homem e a estupidez do animal.

Ao espalhar-se  pelo país, o auto do boi adquire nomes, ritmos, formas de apresentação, indumentárias, personagens, instrumentos, adereços e temas diferentes. Dessa forma, enquanto no Maranhão, Rio Grande do Norte e Alagoas é chamado bumba-meu-boi, no Pará e Amazonas é Boi-Bumbá ou Pavulagem; em Pernambuco é Boi Calemba ou Bumbá; 
Bumba meu boi
Bumba meu boi - Foto de Claudio Laranjeira
no Ceará é Boi de Reis, Boi Surubim e Boi Zumbi; na Bahia é Boi Janeiro, Boi Estrela do Mar, Dromedário e Mulinha-de-Ouro; no Paraná, em Santa Catarina, é Boi de Mourão ou Boi de Mamão; em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Cabo Frio é Bumba ou Folguedo do Boi; no Espírito Santo é Boi-de-Reis; no Rio Grande do Sul é Bumba, Boizinho, ou Boi Mamão; em São Paulo é Boi de Jacá e Dança do Boi.

Do ponto de vista teatral, o folguedo deriva da tradição espanhola e da portuguesa, tanto no que diz respeito ao desfile como à representação propriamente dita; tradição de se encenarem peças religiosas de inspiração erudita, mas destinadas ao povo para comemorar festas católicas nascidas na luta da Igreja contra o paganismo. Esse costume foi retomado no Brasil pelos Jesuítas em sua obra de evangelização dos indígenas, negros e dos próprios portugueses aventureiros e conquistadores no catolicismo, por meio da encenação de pequenas peças.
Como dança dramática, o bumba-meu-boi adquire através dos tempos, algumas características dos autos medievais, o que lhe dá o seu caráter de veículo de comunicação.  Simples, emocional, direto, linguagem oral, narrativa clara e uma ampla identificação por parte do público, tomando semelhanças com a comédia satírica ou tragicomédia pela estrutura dramática dos seus personagens alegóricos, os incidentes cômicos e contextuais, a gravidade dos conflitos e o desenlace quase sempre alegre, que funciona como um processo catártico.

Manifestação folclórica em que são representados, com danças, cantos e declamações, os acontecimentos ligados à vida, morte e ressureição de um boi. (É celebrado de meados de novembro a janeiro, em todo o Nordeste, Sudeste e Sul até Santa Catarina; recebe várias denominações regionais: boi, boi-bumbá, boi-calemba, boi mamão, boi-de-reis, boi-pintadinho, boi-surubim, reis-de-boi.)

O bumba-meu-boi é considerado o auto popular ou dança dramática de maior significação estética e social do folclore brasileiro. Originou-se no fim do século XVIII, nos engenhos e fazendas de gado do Nordeste, e, desvinculando-se do reisado, festa ligada ao catolicismo, revestiu-se de caratér exclusivamente lúdico, com grande ênfase no aspecto visual e na constante renovação do roteiro. É representado ao ar livre e pode durar até oito horas. O público, numa roda em torno dos intérpretes, participa cantando e fazendo apartes, ao que os intérpretes respondem com improvisos. O bumba-meu-boi começa com uma louvação ou cantoria de abertura, seguida da apresentação dos personagens e da entrada do boi, que é representado por um homem no interior de uma armação de madeira ou metal, recoberta de panos coloridos. O boi dança, acompanhado de dois ou três vaqueiros, e adoece ou é morto, sob pretextos que variam. Entram em cena os diversos personagens, que tentam curá-lo ou ressuscitá-lo.
Dentre os personagens, estão seres humanos do cotidiano, como o militar, o padre, o médico e o curandeiro, o funcionário do governo, o valentão, etc. (Capitão Boca-Mole, Mateus, o Doutor, Bastião, Engenheiro); animais (a Ema, a Burrinha, a Cobra e o Boi); e seres fantásticos (o Caipora, o Diabo, o Jaraguá). Após as diversas tentativas de salvá-lo, o boi pode se levantar ou não. No final, todos dançam e cantam juntos. O acompanhamento é feito com sanfona, flautim, violão, zabumba, ganzá e pandeiro.

Fonte : Mídia e experiência estética na cultura popular: o caso do bumba-meu-boi / Francisca Ester de Sá Marques. - São Luís: Imprensa Universitária, 1999
Sociedade e Cultural - Enciclopédia Compacta Brasil - Larousse Cultural - Nova Cultural - 1995



Bumba-meu-boi

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