|
|||||||||||||||||
Danças e Festas Folclóricas |
|
Entrudo,
Rio de Janeiro, século XIX
Jean-Baptiste Debret |
"Os únicos preparativos do
carnaval brasileiro são a fabricação de limões-de-cheiro, negócio que
ocupa toda a família do pequeno rentista, a viúva de fortuna modesta, a
negra livre que se junta com duas ou três amigas, dividindo as
despesas, e por último as negras das casas ricas, que, todas, com dois
meses de antecedência procuram conseguir, graças a economias, sua
provisão de cera [...] Munido de água e polvilho branco, nesse dia o
negro exerce impunemente sobre a negra que ele encontra toda a tirania
de suas grosseiras facécias, e algumas laranjas de cera, roubadas dos
patrões, formam, durante o resto do dia, um considerável acréscimo às
suas munições de carnaval". (Debret) Mello de Morais descreve o entrudo do fim do século XIX, verdadeiras batalhas que se travaram nos domingos de carnaval. Máscaras, laranjinhas ou "limões de cheiro", feitos de cera e cheios de água perfumada, eram atirados nas batalhas travadas entre os foliões. No bairros mais pobres, o entrudo podia degenerar até se tornar violento. Jogava-se água, ou mesmo outros líquidos menos dignos, de cima dos sobrados. As pessoas molhadas eram pulverizadas com farinha. Muita gente até evitava sair à rua durante o carnaval. Em 1834, o gosto pelas máscaras se acentuou no país. De procedência francesa, eram confeccionadas em cera muito fina ou em papelão, simulando caras de animais e caretas, entre outras representações. As fantasias apareceram logo depois, dando mais vida, charme e colorido ao Carnaval, tanto nos salões quanto nas ruas. Daí em diante, através dos tempos, o carnaval foi inovando. Em 1840 realizou-se o primeiro baile. Em 1846 surgiu o Zé Pereira, grupo dos foliões de rua com bombos e tambores. Vieram depois os cordões, as sociedades carnavalescas, blocos e ranchos. O corso, hoje desaparecido, consistia num desfile de carros pelas ruas da cidade, todos de capota arriada, com foliões fantasiados atirando confetes e serpentinas uns nos outros. Em 1929, foi fundada a primeira escola de samba (Deixa Falar), no bairro carioca do Estácio, seguida de várias outras, no Rio de Janeiro e em outros estados. Até o fim do século XIX os foliões dançavam e cantavam nas ruas quadrinhas anônimas, ao ritmo de percussão e ao som de bandas. A partir de Abre-alas (1899), da maestrina Chiquinha Gonzaga, a folia passou a ser animada por composições especialmente elaboradas para elas: são a marcha-rancho, o samba, a marchinha, o samba-enredo e o frevo, além da batucada. As armas Lança-perfume: bisnaga de vidro ou metal que continha éter perfumado. De origem francesa, chegou ao Brasil em 1903. Em 1917, a Sociedade Piratininga de Higiene fabrica o primeiro lança-perfume nacional. Em 1966, ele é tirado de circulação, reconhecido como sendo prejudicial à saúde. Serpentina: Foi inventada por um empregado do telégrafo, cujo nome é desconhecido e que trabalhou na agência dos Correios em Paris. Para fazê-la ele usou durante o Carnaval de Paris tiras de papel de código Morse. Confete: Aparece pela primeira vez no Carnaval de Roma sobre a forma de “confetti”, ou “confeitos” de açúcar que as pessoas jogavam umas sobre as outras durante o corso nas ruas da cidade. O confete de papel foi usado pela primeira vez no Carnaval de Paris em 1892. |
||
O entrudo podia
ser grosseiro e ofensivo nos bairros mais pobres...
|
|
Principais figuras carnavalescas |
|
|||||||
Colombina
Como o
Pierrô e o Arlequim, é uma personagem da Comédia Italiana:Commedia dell’Arte, forma teatral original com tipos regionais e textos improvisados. Colombina era uma criada de quarto esperta, sedutora e volúvel, amante de Arlequim, às vezes vestia-se como arlequineta em trajes de cores variadas, como as de seu amante. |
Arlequim
Rival de Pierrô pelo
amor de Colombina usava traje confeccionado a partir de retalhos
triangulares de diversas cores. Representava o palhaço, o farsante,
o cômico. Debochado, adorava pregar peças nos outros personagens e
depois usava sua agilidade para escapar das confusões criadas.
|
Pierrô
Personagem sentimental,
tem como uma de suas principais características a ingenuidade.
Vestia roupas feitas de sacos de farinha, tinha o rosto pintado de
branco e não usava máscara. Como suspirava e morria de amor pela
Colombina era o alvo preferido das piadas em cena.
|
Rei Momo
Figura carnavalesca
inspirada, provavelmente, no Deus grego Momo, Deus do sarcasmo e do
delírio. Na Grécia há registros de que os primeiros reis Momos
começaram a desfilar por volta dos séculos IV e V a.C. No Brasil, a
tradição de eleger um rei começou em 1933, no Rio de Janeiro.
|
Deixe seu comentário: | Deixe seu comentário: | |
Correio eletrônico | ||
Livro de visitas |