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O Casamento
O casamento

As superstições e prognósticos ligados ao casamento são os que existem no mundo em mais alta percentagem. Universais, incontáveis, pela unidade do assunto. As superstições para anunciar o casamento denunciam a importância capital do sexo, o lírico poder do amor, onipotente e onipresente.

Os santos casamenteiros, Santo Antônio, São João, São Gonçalo, Nossa Senhora de Lurdes e da Conceição, têm milhares de adivinhações e fórmulas para que o devoto pressinta o futuro amoroso.
Impossível o registro dessas tradições, em maioria de origem européia, abundantes e variadas em todos os continentes, idiomas e recantos da Terra. Trata-se aqui exclusivamente da cerimônia do matrimônio e das superstições principais decorrentes do ato, antes, durante e depois dele.

O casamento deve ser em dia de semana e não no domingo.
Moça que se casa no dia de Santana, 26 de julho, morre de parto.
Toda a roupa, sapatos da noiva, deve-se gastar-se em seu uso pessoal; dando-os, dará parte de sua felicidade.

Vestindo a noiva será ocasião de provocar a boa sorte para as moças.
Prender com um alfinete o vestido branco da noiva, pôr na cabeça a grinalda de flores de laranjeira, é grande o anúncio de próximo matrimônio.

Escreve-se o nome das moças no solado do sapato dos noivos ou num papel que é posto dentro do calçado. Os noivos, especialmente a noiva, podem, durante a bênção matrimonial, ir chamando mentalmente pelo nome de suas amigas e estas irão casando, sucessivamente.

As tradições supersticiosas ainda se ligam às três fases do casamento, como na Grécia clássica: Écdosis, dia do casamento; pompé, o cortejo nupcial; télos, a parte ritualística.
Durante a manhã que antecede ao cortejo, a noiva é quase um tabu, não podendo praticar atos que se revestiriam de agouro para o futuro. Não pode ver nem provocar sangue, matando uma ave ou ajudando na cozinha. Não pode sair de sua casa exceto para a Casa de Deus (igreja). Não deve falar no nome de pessoas infelizes no casamento ou de má conduta. Na ida para a igreja, o par deve ser o último, e, ao voltar, casados, será o primeiro.
O noivo só deve ver a noiva vestida para a cerimônia e não nos hábitos diários.
O noivo não deve tocar objeto algum que vá ser usado pela noiva na cerimônia de casamento, exceto ouro e vidro.
Não deve a noiva assistir à leitura dos banhos (proclamas) de seu casamento na igreja.
Durante a cerimônia do casamento os prognósticos são numerosos:
Quem tropeçar na porta da igreja, levantar primeiro depois do casamento, pisar as pedras da rua, morrerá antes do cônjuge.

Casamento
Não podem olhar para trás na ida e na vinda da igreja.
Serão felizes se chover durante ou depois da cerimônia de casamento.
Choverá se a noiva gostava de comer na panela em que os alimentos são feitos.
Em casa a mulher entra primeiro. Senta em primeiro lugar, no sofá onde ficava longamente em exposição ao lado do marido, enquanto dançavam.
Abre o baile dançando com o marido ou com o seu padrinho de casamento.
Oferecerá a noiva as flores do seu ramo, oficialmente os cravos, às amigas e rapazes , mordendo os botões. Os presenteados casarão logo.
Os casamentos do sertão brasileiro guardam muitas tradições que tem sido registradas.
As Corridas do Anel e do Chapéu, a recepção dos recém-casados com tiros de rifles, foguetões, vivas e os cantadores louvando, o jantar infindável, com as saúdes, e o baile eram e ainda são conservados em muitos lugares.
O noivo não pode ir com a noiva para o quarto nupcial. Irá a mulher e depois o homem.
Só o noivo tem o direito de tirar o véu da noiva, que será doado ao oratório da casa.
Quem se deitar em primeiro lugar indicará o sexo do primeiro filho. Se for o marido, homem; se for a esposa, mulher.
Quem apagar a luz, morrerá primeiro, assim como o que deixar a cama na manhã seguinte. Noutras paragens esses sinais são anúncio da determinação do sexo dos filhos e não da morte dos casados.
Quem não fizer uma festa, por mais humilde que seja, quando casar, será miserável (pobre ou avarento) a vida inteira.
Na primeira semana depois de casados a mulher não podia usar vestidos de cores vivas nem o marido roupa escura.
O protocolo, ainda obedecido no sertão, é amanhecer de branco, marido e mulher.
No primeiro domingo depois do casamento o casal oferecerá um almoço (ou os sogros oferecem) aos padrinhos do casamento e aos amigos mais íntimos. É o almoço da boda, finalizando as festas matrimoniais.

Fontes : Dicionário do Folclore Brasileiro - Câmara Cascudo, Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A. sem data
Escorço do folclore de uma comunidade  – Alceu Maynard Araújo in Revista do Arquivo Municipal CLXVI – Departamento de Cultura da Prefeitura do município de São Paulo, 1962
Casa Grande e Senzala / Gilberto Freyre - São Paulo: Círculo do Livro S. A., s/ data.
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