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Volta para Modus
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O
futebol,
no entanto, popularizou-se e “era óbvio que assim viesse a acontecer.
Impedido, por falta de recursos, de comprar brinquedos (...), o menino
pobre tinha de valer-se de sua própria inventiva. A descoberta não
foi difícil. Um terreno vago, dois pedaços de madeira, uma
bola e longa horas de liberdade compunham a receita que ia preparando
os
futuros campeões”, registra Milton Pedrosa em seu livro Gol
de
Letra.
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Não
demorou para que quase todos os clubes contassem com operários,
negros e brancos suburbanos, medindo-se com os moços finos das camadas
superiores, quase todos estudantes de Medicina e Direito. Isso causou
indignação
em alguns setores tradicionais. No Rio, surge a Associação
Municipal dos Esportes Atléticos (AMEA), sob o comando de Arnaldo
Guinle, e em São Paulo a Liga Amadora Futebilística (LAF),
inspirada em Antônio Prado. Capitalistas contrários à
proletarização do futebol, Guinle e Prado pretendiam anular
o poder das antigas associações favoráveis ao profissionalismo
e à popularização do futebol. No entanto, a AMEA e
a LAF foram derrotadas. O futebol havia mesmo escapado ao controle da
“gente
de bem” e ganhava força com isso. O Fluminense, no Rio, o São
Paulo e o Palestra Itália, em São Paulo, rigorosos defensores
do amadorismo elitista, acabaram submetendo-se ao profissionalismo, mas
por muito tempo não aceitaram negros.
(Racismo não era uma característica clubística, apenas. Para o Sul-Americano de 1921, na Argentina, o próprio presidente Epitácio Pessoa (1919-1922) recomendou à CBD que não incluísse negros na delegação.) Em São Paulo, o Paulistano, fiel à sua estirpe nobre, retirou-se totalmente do futebol. |
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Mas, em todo o País, cresciam as equipes populares, surgidas nos bairros operários ou fundados por trabalhadores, como o Vasco, no Rio, o Corinthians, em São Paulo, o Internacional, no Rio Grande do Sul (fundado por imigrantes de tendência anarquista, daí o nome e a cor vermelha), o Atlético, em Minas. Mesmo assim, em 1916, quando o futebol já era o “esporte das multidões”, a Seleção Nacional não pôde embarcar em um navio do Loyd Brasileiro para ir disputar o Pan-Americano na Argentina. O navio era “exclusivo” do conselheiro Rui Barbosa, que ia a uma Conferência em Buenos Aires, “Não posso viajar com um time de futebol”, explicou ele. A delegação teve que cumprir quatro mil quilômetros de trem. O preconceito pouco influiu. Das vilas, dos morros e das fábricas continuaram a surgir grandes ídolos, como Feitiço, Fausto, Friedenreich, Valdemar de Brito, Domingos da Guia, Heleno de Freitas, Leônidas da Silva. E mais tarde a Seleção entrava em campo com Pelé em 1958, com Garrincha, com Nilton Santos em 1962 e com Gérson em 1970. Bem,
o resto é história atual do futebol brasileiro com novos
ídolos e grandes conquistas que, em sítios específicos,
se encontram informações mais detalhadas.
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