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Logo que a criança
brasileira
começava a andar, os pais davam-lhe por companheiro um
molequinho. Isso sobretudo nas casas-grandes. O molequinho era um
camarada dos brinquedos, mas também o leva-pancadas do ioiô. |
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Nos próprios jogos
coloniais de
sala surpreendem-se tendências sádicas: no “jogo do
beliscão”, taõ queridos das crianças
brasileiras nos séculos XVIII e XIX, por exemplo. Oferecendo
aos meninos larga oportunidade de beliscarem de rijo as primas ou os
crias da casa, não é de admirar a popularidade de jogo
tão besta:
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Através
dos folguedos e jogos, a criança aprende desde cedo a relacionar-se
com o mundo, com seus semelhantes, a incorporar novas concepções
e padrões de comportamento. Realiza, enfim, um aprendizado social.
E isso é indispensável para que ela cresça física
e, sobretudo, mentalmente. Durante todo o primeiro ano de vida, os adultos dominam o interesse do bebê. Mas, a partir daí, as outras crianças, antes olhadas com indiferença, vão ter um papel cada vez mais importante na sua socialização. Nesse período, a criança já briga com outra na disputa de um objeto e aparecem indícios do uso social dos brinquedos. Dois meninos conseguem, por exemplo, brincar em conjunto com uma bola, rolando-a de um para outro. No interior a criança também aprende nos grupos de brinquedo. Os meninos, construindo seus próprios brinquedos, caroços de mamona ou manga verde, com quatro pernas de palitos são transformados em bois; caixas de fósforos se transformam em carros ou casinhas. |
Nas
ruas, à noitinha, crianças em bandos brincam de rodas. Ai
se ouvem os brincos cantados, tradicionais em todo o Brasil, apenas com
algumas variações locais. São as meninas de oito a
doze anos as componentes dessas rodas infantis. Os meninos quando muito
novos, ainda integram esses grupos porque logo mais crescidos, preferem
os seus.
Os meninos brincam de cavalinho de pau, cavalgando um cabo de vassoura. Os mais velhos preparam suas pequenas jangadas ou barcos veleiros e os lançam nas poças d’água ou mesmo no rio. À noite brincam de “manzoá”, entre outros. À tarde, à sombra de alguma árvore, brincam jogando bolinha de vidro, é o jogo da chimbra. |
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Há
um brinquedo muito freqüente entre as crianças principalmente
das zonas de brejo que é o seguinte: apanham um inseto chamado
“cachimbáu”,
a amarram uma linha e quando o cachimbáu voa, correm acompanhando-o.
As crianças, desde os verdes anos da vida aprendem a jogar cartas, baralho, na rua. Numa rodinha, quatro meninas jogavam baralho. Estavam jogando “três sete”. Manzoá Primeiros
Amigos
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Entre
dois e cinco anos de idade, as crianças formam suas primeiras e
frágeis amizades, geralmente com outras do mesmo sexo. O comportamento
infantil nas relações dessa fase pré-escolar é
muito mais amistoso do que hostil; se às vezes as crianças
demonstram certa agressividade ou exigência de atenções
isso apenas significa que ainda desconhecem formas mais favoráveis
de estabelecer contatos sociais. Em função das relações
dos pais, aproximam-se das crianças vizinhas ou de filhos de amigos
da família. Todavia, as crianças não se fixam, e muitas
vezes os amigos duram enquanto dura uma brincadeira, e geralmente não
tem efeitos duradouros nem importantes sobre a personalidade da criança.
Na idade escolar é que surge a tendência para ligações mais constantes e apenas com alguns escolhidos. Estes, quase sempre da mesma idade, encontrados entre os vizinhos ou colegas de escola, em geral da mesma classe social.Dos seis aos oito anos, os meninos e meninas brincam juntos normalmente, ignorando as diferenças de sexo. Mas, daí em diante, decrescem rapidamente os relacionamentos entre crianças de sexos opostos; aos dez ou onze anos, nas festas e atividades esportivas, meninos e meninas praticamente se ignoram mutuamente. |
"Batendo
bafo" com figurinhas
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Época
dos apelidos. das cantigas e brincadeiras de roda; dos trava-línguas,
adivinhas
e parlendas; dos contos de fada, principalmente dos contos dos irmãos
Grimm: Rapunzel, João e Maria, O alfaiatezinho valente, Cinderela,
Chapeuzinho Vermelho, Os músicos de Bremen, O Pequeno Polegar, A
bela adormecida, Branca de Neve, O ganso de ouro, entre outros (de
preferência
traduzidos do original e não das adaptações que deformam
o conteúdo pedagógico), e que deveriam ser contados de viva
voz num ambiente completamente descontraídos, nunca deveriam ser
lidos e, muito menos, transmitidos por intermédio de discos; passada
esta fase vem as estórias de animais, fábulas e lendas, e
em seguida os mitos.
(veja também Jogos e Brinquedos, e Literatura / apelidos) |
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