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O Batizado
A Igreja recomendava aos pais batizar seus filhos assim que possível. O batismo de crianças livres ou escravas era ministrado por párocos ou capelães, sem delongas, para garantir aos inocentes que morressem a chance de ir direto Céu sem passar pelo purgatório.

Em quase todos os lugares existem cerimônias ou ritos que incorporam oficialmente o bebê à sociedade. Enquanto este ritual não se realiza, imagina-se que a criança está numa espécie de “mundo de ninguém” onde forças do mal podem atingi-la facilmente. No mundo ocidental, o batismo é a forma mais comum de introdução do recém-nascido na comunidade. Segundo a crença cristã, se a criança morre antes de receber este sacramento, sua alma fica eternamente no limbo, lugar onde não há sofrimentos, mas também nunca dará a felicidade que o paraíso pode proporcionar.

O ritual da circuncisão, geralmente realizado dias após o nascimento ou na puberdade, é uma característica de muitas culturas.
Batismo
O ritual de iniciação das crianças na religião dominante em Piaçabuçu é o batismo.
Ele nem sempre é realizado na igreja e sim freqüentemente é ministrado em casa. Somente os pais não podem executá-lo porque “eles foram os donos da arte”. Os avós ou outros parentes podem batizar em casa. Logo que a criança nasce, a avó (em geral é a avó e não o avô) com um pouco de d’água numa tigela, um ramo de arruda, guiné ou raramente juremeira, aspergindo água sobre o recém-nascido, abre-lhe as portas da religião, através dessa iniciação, em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo.
A falta de recursos monetários os leva a essa providência. Esta é mais rapidamente tomada quando a criança está para morrer porque há a crença medievalesca que, não sendo batizada, não irá para o céu.

Outros acreditam que se a criança não for batizada, ela vira serpente.
Sabino estava muito preocupado, pois morando na roça, sua esposa que tivera filhos gêmeos, um deles morreu, como não tivesse alguém para batizá-lo pensou em fazer com que o outro irmão, vivo, o batizasse. Mas, como? Ambos tinham apenas quinze dias de vida. Quem diria as palavras? Ele, pai as proferindo, teriam valor? Foi o que fez. Disse as palavras e a criança borrifou água, é claro, ajudada por ele. Para não fugir ao costume, enterrou-o na biqueira da casa. Preferem a biqueira ao “Cemitério dos Pagãos”, na encruzilhada das estradas.

A respeito do batismo de crianças, ouvimos do velho Dores: “A criança que morre pagã, quando está com sete anos, ela chora no lugar, e se não tiver alguém que a batize, depois de outros sete anos ela virá a chorar de novo. Eu já ouvi um chorando quando passei por uma moita e não batizei porque não sabia batizar”.

Como de costume é ao compadre que compete pagar as despesas da igreja e também as de uma festinha, que na maioria consiste em oferecer aos presentes uma garrafa de vinho, uma ou duas de cachaça, uns camarões ou um cuscuz de arroz. “Pagar o mijo do afilhado”, é como dizem.

As pessoas dependentes dos donos das lagoas de arroz, em geral, pedem para que estes batizem seus filhos e os laços do compadrio são reciprocamente úteis: o pobre terá o amparo do rico, o rico terá o trabalho, o capanguismo e principalmente o voto do pobre, porque o compadre em todas as circunstâncias é um aliado fiel. Entre eles há o liame de um batismo.

Fontes : História da Vida Privada no Brasil 1 : cotidiano e vida privada na América Portuguesa / organizada por Laura de Mello e Sousa. - São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Escorço do folclore de uma comunidade  – Alceu Maynard Araújo in Revista do Arquivo Municipal CLXVI – Departamento de Cultura da Prefeitura do município de São Paulo, 1962
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