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Literatura e Linguagem
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Cristãos-e-Mouros |
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Cristãos-e-Mouros |
Luta simulada entre Cristãos e Mouros, representada
por ocasião de festas religiosas ou acontecimento social de relevo. No Brasil eram vistas a cavalo as duas alas inimigas, como Saint-Hilaire assistiu em Minas Gerais, ou de pé, armados os castelos à beira-mar, como Henry Koster presenciou na ilha de Itamaracá. Em Portugal há menção desde o séc. XV, com incontáveis variantes, aparecendo as figuras de Carlos Magno, Oliveiros, Ferrabrás, o Almirante Balão, a princesa moura Floripes, etc. Mouriscada em Portugal. A velha mourisca portuguesa, como Bluteau registrou, não a tivemos no Brasil. “Compunha-se de muitos moços vestidos à mourisca, com seus broqueis e varas a modos de lanças, com o seu rei de alfanje na mão, e este dando o sinal se começava a travar, ao som do tambor, uma espécie de batalha”. Os mouros só intervêm no Brasil para enfrentar e perder ante os cristãos. Essa mourisca vinha das obrigações devidas pelos mouros forros em ocasião de festa e concorria em todas as solenidades, como se lê na Jornada de Nicolau Lanckmann, representante de Frederico III, nas núpcias com Dona Leonor, irmã de D. Afonso V de Portugal. (Monarquia Lusitana, tom. 6, fol. 16, col. ; Luciano Cordeiro, Uma Sobrinha do Infante, Lisboa, 1894). |
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No Brasil os
Cristãos-e-Mouros conservam o aspecto cavalheiresco
de justa leal, findando pela rendição e conversão
dos mouros. Quando a chegança, onde os mouros participam, é
tipicamente um assunto naval, o Cristãos-e-Mouros é assunto
de cavalaria, com volteios, floreado de lanças, interpelações
e diálogos em linguagem arrogante belicosa.
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