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Culinária do Rio de Janeiro
Feijoada
Feijoada

Rio das praias, do carnaval, do futebol, do botequim, do chope gelado, do bolinho de bacalhau.
A paisagem do Rio determinou o carioca. Criticado e admirado, caluniado e invejado, ele fabrica e explora seu próprio folclore: “conta velha não paga e nova a gente deixa ficar velha”.
Adora substâncias que pedem comitiva: feijoada, bacalhoada, macarronada e churrasco. Sozinho, prefere ovo frito com o que tiver: pão com ovo, em certos momentos, é mais do que um lanche, é uma realização existencial.

Aos sábados, ou a qualquer pretexto, a regra é "botar água no feijão", para receber parentes e amigos com a famosa feijoada completa cantada por Chico Buarque de Holanda. Aos domingos, a senhora bacalhoada. Ou peixes e frutos do mar, porque, enfim, o Atlântico tá logo aqui.

Bife

Corte os bifes no sentido longitudinal, nem muito grossos, nem muito finos (6 centímetros de comprimento por 2 de espessura), de preferência filé mignon, contrafilé ou alcatra, pela ordem. Só na hora de fazer é que se devem bate-los, (mas não exageradamente), lavá-los, enxugá-los e polvilhá-los com sal.
Leve ao fogo uma frigideira com pouca manteiga (ou margarina) e deixe esquentar bem, até começar a sair fumaça abundante pelas bordas.
Se ficar muita gordura no fundo da frigideira, tire um pouco (para que os bifes fiquem fritos e não cozidos). Frite um bife de cada vez e, sobretudo não mexa.
Depois de alguns segundos, vire do outro lado, espere mais um pouco, esfregue-o no fundo da frigideira, vire, torne a esfregar e tire.
Quando estiverem prontos todos os bifes, torne a pô-los na frigideira com um pouco de manteiga e, assim que esta derreta, pode servir, com o molho resultante da manteiga no fundo da frigideira.

No final do Período Colonial, Debret registrou o costume de comer pela manhã delicados pães-de-ló, que as negras quitandeiras do Rio de Janeiro entregavam bem cedo para serem consumidos ainda quentinhos.
No Rio de Janeiro, os italianos divulgaram o sorvete, sorbetto, modificado em sua fórmula oriental e transformado num delicioso doce gelado.

O Gelo e o Sorvete

Data, entretanto, da Regência Trina Permanente, a introdução do gelo no Rio de Janeiro, conforme registrou o abelhudo diplomata francês Conde Alexis de Saint Priest, em comunicação à Corte de Luís Felipe, em 1834:
Uma particularidade que quase não merecia ser relatada, mas, entretanto, bem singular, é a introdução do gelo no Rio de Janeiro. Nunca fora visto aqui. Um navio estadunidense trouxe agora um carregamento. Nos primeiros dias, ninguém o queria: julgavam os brasileiros que o gelo os queimava, mas hoje, já conseguiu grande voga e emprega-se de modo tão agradável quanto útil, neste clima”.
O referido emprego era principalmente no sorvetes, vendidos a duzentos réis o copo, na Confeitaria Carceler, à Rua Direita, entre o Ouvidor e a Igreja do Carmo. Segundo consta, o próprio Imperador-menino teve licença pra degustar a novidade.
O bom resultado da introdução do gelo no Rio de Janeiro fez com que aqui mesmo desejasse fabricá-lo o aventureiro genovês José Estêvão Grondona, ex-carbonário na Itália, vice-cônsul da Sardenha e redator em 1825, do famoso jornal Sentinela da Liberdade à Beira do Mar da Praia Grande, que tanto contribuiu para a dissolução de nossa primeira Assembléia Geral Constituinte e Legislativa. Tendo fugido, nessa época, para Buenos Aires, regressando da Bolívia requereu, em 1834, privilégio para fazer gelo por meio de máquina pneumática. Mas teve o primeiro requerimento indeferido, por referir-se, nele, ao gosto sensual dos gelados, motivo pelo qual julgou sua pretensão imoral e inconstitucional o Procurador da Coroa e Fazenda Nacional... Explicou-se melhor em nova petição e enfim obteve a ambicionada licença industrial, não constando, todavia, se dela fez uso.
A moda dos sorvetes tão generalizada se tornou, entre nós, que o venenoso político Bernardo Pereira de Vasconcelos, em publicação no pasquim O Sete de Abril, de sua orientação, contra o Ministro da Justiça e Negócios Estrangeiros, Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho, futuro Visconde de Sepetiba, acusou-o de ter dado bailes nos quais só em sorvetes, gastava mais de 200$000.
A popularidade dos gelados no Rio de Janeiro, no período regencial do Padre Feijó, ficou evidenciada com o aparecimento, em 1835 / 1836, de dois números de um jornalzinho político impresso na recente Niterói, primeiramente intitulado O Sorvete de Bom Gosto, depois O Último Sorvete de Bom Gosto.

Pitadas de finura da corte, do individualismo português e duas generosas colheradas africanas, de alegria e balanço. Eis o saboroso paladar da culinária carioca – na feijoada, na bacalhoada, na mestiçagem do caldo verde e do camarão com chuchu, nos lanches de fim de tarde e nas festas de fim de ano com seus velhos sabores: rabanada, baba-de-moça, quindim e cocada.

Cheirosa. Esse talvez seja o adjetivo que melhor define a comida do Espírito Santo. Os aromas da panela de barro, do azeite, do coentro, do urucum e dos frutos do mar exalam da maioria dos pratos. Resultado do casamento entre o mar, o manguezal e o roçado, ela é a que melhor sintetiza a diversidade cultural deste país. Indígenas, africanos, portugueses e outros europeus deram sua contribuição.
“Cada um, democraticamente, introduziu uma nova maneira de preparar as receitas locais, que têm na moqueca, na torta e na garoupa salgada seus representantes mais típicos”, diz o historiador Renato Pacheco, autor do livro Dos Comes e Bebes do Espírito Santo (Ed. Senac, 1997).


Fontes : Roteiro Turístico Fiat Brasil / Folha de São Paulo, edição 1995.
A Cozinha Brasileira - São Paulo: Circulo do Livro S.A. (Edição integral Revista Cláudia - Editora Abril Ltda), sem data.
Antologia da Alimentação no Brasil / Luís da Câmara Cascudo. - Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1977.


Feijoada

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