Terra Brasileira
Brasil Folclórico
folclore
modus Transporte
artesanato culinária
literatura Contos lendas mitos
música danças religiosidade tipos ofícios contatos
Loja

Norte
Cerâmica Marajoara
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Cerâmica Marajoara
A arqueóloga estadunidense Anna Roosevelt, maior especialista mundial em pré-história amazônica, incluiu entre as grandes civilizações do mundo antigo os marajoaras, que habitavam a Ilha de Marajó entre os anos 400 e 1300 da Era Cristã.
As escavações feitas por ela indicam que a sociedade marajoara tinha quase tudo o que caracteriza as grandes civilizações. Havia classes sociais. A agricultura, com base na mandioca e no arroz-bravo, era desenvolvida, o que favoreceu a vida sedentária. E as aldeias eram populosas. Algumas chegavam a 10.000 moradores - verdadeiras cidades, tão grandes quanto muitas das que hoje há na Amazônia.
Mais de 1.000 anos antes do biquini, as marajoaras já usavam tanguinhas feitas de barro. Elas eram pintadas de vermelho ou decoradas com padrões típicos. Os cordões que as prendiam passavam por três furos (veja desenho ao lado), na parte da frente. A maioria dos especialistas acredita que tenham sido roupas de festa, exclusivas da elite. Mas a arqueóloga Denise Pahl Schaan, do Museu Paraense Emílio Goeldi, desconfia que podiam ser parte do gurada-roupa diário. "Algumas têm os furos gastos, indicando uso freqüente". diz ela.

Bancos para os xamãs

Essa grandeza se traduzia também na requintada cerâmica cerimonial. O desenho mais comum é o da serpente, representada por espirais.

As peças mais curiosas dessa arte sacra são as urnas funerárias, nas quais eram enterrados os figurões da tribo. Em algumas havia crânios deformados propositalmente, por meio de faixas amarradas à cabeça desde o nascimento. A prática indicava status e era comum nas culturas andinas.

 

O curioso pote pintado, à direita, com formas femininas era uma urna, na qual se enterravam os mortos ilustres.

Os Marajoaras foram exímios ceramistas. Para os estudiosos os potes decorados de Marajó teriam função religiosa.
A parafernália cerimonial incluía vasilhas para inalar alucinógeos, bancos para os xamãs e estatuetas imitando falos.

Os marajoaras sumiram misteriosamente por volta de 1300, por causa de brigas internas ou do ataque de outros povos. Quando os portugueses chegaram, Marajó era habitada pelos aruaques. Seus antecessores, até onde se sabe, não deixaram descendentes.

Fonte: Eldorado de Barro / Claudio Angelo in Super Interesante Especial Pré-História Brasileira. 1999 - Editora Abril, 1999
Mapa: Paulo Nilson; banco, urna, vasilha e estatueta: Janduari Simões / Museu Parense Emílio Goeldi; tanga: Wagner Souza e Silva / MAE-USP.


Artesanato


Deixe seu comentário: Deixe seu comentário:
Correio eletrônico Facebook
Livro de visitas Twitter