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Os Alemães

Vieram com D. Leopoldina, quando ela se casou com D. Pedro I, formando a primeira colônia germânica na região fluminense, que deu origem à cidade de Nova Friburgo. Em 1824 vieram grandes levas para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, cujos costumes e habitações podemos observar em cidades como Blumenau e Gramado. No folclore eles contribuíram com: a árvore de Natal, as bandas de música, as festas de cerveja, superstições, crendices, tabus, etc.

No Rio Grande do Sul fundaram a primeira colônia alemã do Brasil, São Leopoldo, em 1824. Em Santa Catarina, o fundador da colônia de Blumenau se empenhou em trazer da Alemanha pessoas das mais variadas profissões: lavradores, artesãos (carpinteiros, marceneiros, ferreiros), profissionais liberais (médicos, professores). Os dezessete primeiros colonos chegaram a Bumenau em 2 de setembro de 1850.

Por ordem de Sua Majestade, o Imperador Pedro I, em 13 de dezembro de 1827 desembarcaram em Santos os primeiros 227 colonos alemães, iniciando a imigração para São Paulo. O ano de 1828 trouxe mais 560 imigrantes, destes, pelo menos 94 famílias foram encaminhadas para a “Freguesia de Santo Amaro”. No ano de 1837 Santo Amaro era o único município a produzir batatas, cultura esta típica do imigrante alemão.

Grupos folclóricos alemães como este, de São Bento do Sul, revivem a epopéia dos imigrantes que colonizaram o norte de Santa Catarina a partir da Colônia Dona Francisca, atual Joinville. - Foto: Iolita Cunha 
Do mesmo modo que as outras levas de imigrantes, os alemães vieram trabalhar na agricultura, mas devido à habilidade técnica deste povo findaram por se destacarem em ofícios industriais.
Mesmo não tendo restado traços marcantes da imigração alemã na região de Santo Amaro, é inegável a contribuição cultural destes primeiros imigrantes para a formação do povo de São Paulo.
Um pouco da História: Imigrantes alemães

Imigrantes alemães

Foto: Beck / Acervo do Museu Antropológico Diretor Pestana, Ijuí/RS

Vamos partir agora”.
Para o belo país América,
Cada qual arrume sua trouxa,
As dívidas deixamos aqui.

A América, irmãos,
É um belo país,
Deus deu-o de penhor
Ao Pai Abraão”.

Assim conclamava uma cantiga folclórica encontrada em certas regiões da Alemanha. De certo modo, ela expressava um padrão de comportamento que, ao longo do século XIX, passou a ser comum e até estimulado nas camadas sociais mais pobres: a emigração. Nessa época, em diversos países da Europa, ocorreram desequilíbrios demográficos e econômicos, êxodo rural, industrialização, urbanização e movimentos revolucionários, levando massas populacionais a partir para a América do Norte e do Sul, a Austrália e outros lugares em busca de trabalho e terra.
Na Alemanha, é no início do século XIX que ocorreu a abolição da estrutura feudal, provocando uma revolução agrícola à qual se somou uma revolução democrática. Nesse processo, os pequenos camponeses acabaram perdendo suas terras ou as condições de sobreviverem trabalhando nelas, sem contudo serem absorvidos por indústrias ainda pouco desenvolvidas. E quando a industrialização teve um grande impulso a partir de 1870, requisitando mão-de-obra, foram desta vez os artesãos e trabalhadores da indústria doméstica que se arruinaram, não resistindo à concorrência das grandes empresas. Para muitos desses camponeses e artesãos, a única alternativa à proletarização foi sair do país. Além disso, as lutas pela unificação da Alemanha – efetivada em 1871 em torno da Prússia – também contribuíram para a expulsão de muitas pessoas de regiões afetadas pelo conflito.

No Brasil, antes mesmo da Independência (1822), alguns imigrantes alemães já tinham se estabelecido na Bahia. Mas o marco histórico da imigração alemã para o Brasil foi a fundação, em 1824, da colônia São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. O Rio Grande do Sul recebeu a maior parte desses imigrantes alemães, seguidos de Santa Catarina e o Paraná. Se comparados à dos Estados Sulinos, a imigração nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro foi quantitativamente pequena.

Os primeiros imigrantes a chegar ao Brasil – depois dos portugueses – foram os alemães. Seu fluxo migratório foi estabelecido ainda no final do Primeiro Reinado, com o objetivo de ocupar terras ameaçadas pelos vizinhos espanhóis e de equilibrar a economia sulina, dominada pelos grandes latifúndios e pela pecuária extensiva. A primeira colônia alemã foi São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, fundada em 1824 e logo seguida por São Pedro de Alcântara, em Santa Catarina (1828) e Rio Negro, no Paraná, em 1829. Apesar da omissão do Governo Imperial, que cumpriu poucas das promessas feitas aos imigrantes, os alemães arrancaram seu sustento das terras geralmente pouco férteis a eles destinadas, uniram-se em grupos fechados para preservar a cultura e as tradições de seu país de origem, e introduziram na região culturas agrícolas até então desconhecidas. As vilas por eles fundadas transformaram-se em algumas das cidades mais progressistas do Sul do Brasil.

Imigrantes alemães
Imigrantes alemães
Os imigrantes alemães, durante muito tempo, preservaram em suas colônias a língua, os costumes e a cultura de origem, formando um mundo quase à parte da sociedade brasileira.
Na foto acima, de 1919, alunos da Escola Teuto-Brasileira de Santa Clara, no Rio Grande do Sul.

Acervo do Museu Antropológico
Diretor Pestana, Ijuí/RS

Além de se dedicarem à agricultura, os imigrantes alemães mantinham oficinas domésticas. Muitas delas se desenvolveram, dando origem às indústrias.
Na foto acima, aspecto da indústria de couro de Gustavo Klohn, em Ijuí, Rio Grande do Sul.

Acervo do Museu Antropológico
Diretor Pestana, Ijuí/RS

O Rio Grande do Sul recebeu cerca de 75 mil imigrantes alemães entre 1824 (quando os primeiros 39 colonos fundaram São Leopoldo) e 1939.
Durante este tempo, foram criadas 142 colônias, distribuídas principalmente no Vale do Rio dos Sinos, próximo a Porto Alegre, no Planalto Central e no Sul do Estado. Estes pioneiros enfrentaram dificuldades enormes com o descaso das autoridades, a improdutividade das terras a eles destinadas e a falta de equipamentos, mas conseguiram prosperar apoiados na tenacidade típica da raça, na união e no trabalho.
Cinco anos depois, quando 5.350 colonos já haviam desembarcado na região, a situação estava sob controle. Os colonos haviam subjugado a natureza inóspita, viviam bem com o que plantavam e habitavam casas sólidas e confortáveis. São Leopoldo abrigava uma fábrica de azeite, uma de sabão e sete pequenos curtumes, embriões da indústria calçadista que é hoje a principal atividade da cidade.

As levas de imigrantes que chegaram depois da Revolução Farroupilha, em 1846, fundaram as colônias de Feliz, Mundo Novo, Bom Princípio e Santa Maria. Outros se espalharam pelos vales dos rios Taquari, Pardo e Pardinho, dando origem a cidades como Estrela, Lageado, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Candelária. Os alemães ocuparam também as margens da Lagoa dos Patos (fundando São Lourenço do Sul), antes de subir a serra e invadir o interior no início do século XX, criando Ijuí, Santa Rosa, Panambi e Cerro Largo, entre outras. Finalmente, os alemães de quarta e quinta gerações atravessaram o Rio Uruguai e migraram para o oeste de Santa Catarina e Paraná.

No Paraná, a imigração germânica começou com a fundação da Colônia de Rio Negro, em 1829. Em 1878, alemães de origem russa vindos da região do Rio Volga, estabeleceram-se nos Campos Gerais, perto das atuais cidades de Ponta Grossa e Lapa. Neste século, colonos vindos de Santa Catarina fundaram a Colônia de Witmarsum, no município de Palmeira, suábios da região do Rio Danúbio criaram Entre Rios, em Guarapuava, e descendentes de imigrantes ocuparam a região de Cambé e Rolândia, no Norte do estado. A capital, Curitiba, também abriga numerosa comunidade originária dos colonos alemães que atravessaram o Atlântico para participar com seu trabalho da formação do povo singular que hoje habita a Região Sul do Brasil.

Parque da Oktoberfest
Igreja
Casa do imigrante
No Parque da Oktoberfest, em Blumenau, as construções imitam o estilo das aldeias alemãs do século passado e atraem milhares de visitantes. - Foto: Catarina Rüdiger
Nova Petrópolis abriga uma réplica da primeira igreja construída na serra gaúcha segundo o estilo alemão
Foto: Iolita Cunha
Casa do Imigrante - pomerode, SC.
Foto: Catarina Rüdiger
Banda alemã

Joinville e Blumenau, em Santa Catarina, fundadas respectivamente em 1850 e 1851, passaram de pequenas colônias agrícolas a importantes pólos econômicos, e ao preservar suas características germânicas – na arquitetura, na culinária, na tradição festeira – viraram também requisitados destinos turísticos. Com 500 mil habitantes, Joinville é hoje a maior cidade de Santa Catarina e importante centro industrial, referencial de uma região que engloba cidades como Jaraguá do Sul, Rio Negrinho, São Vento do Sul, Corupá e Campo Alegre. Já Blumenau é a rainha do Vale do Itajaí, sede da Oktoberfest – o principal evento popular do país depois do carnaval – e grande exportador de têxteis. Maior centro financeiro de Santa Catarina, é também o principal pólo turístico de uma região conhecida como Vale Europeu, formada por cidades de forte influência germânica, como Gaspar, Brusque e Pomerode.

 

Banda Alemã em Blumenau, SC.

Em São Paulo, as experiências iniciais de núcleos coloniais com imigrantes alemães, realizadas na década de 1820 na capital e arredores (Itapecerica e Santo Amaro), deram resultados insignificantes. Os que entraram a seguir vieram para trabalhar na lavoura de café. Esse foi o caso dos alemães e suíços (de fala alemã) que se estabeleceram, no final da década de 40, na Fazenda Ibicaba (hoje Rio Claro), em regime de parceria. Mas, em 1859, revoltas e denúncias de “escravidão” nessas fazendas levaram o governo da Prússia a proibir a emigração para o Brasil. Décadas depois, essa restrição foi revogada para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná – o que reforçaria a corrente imigratória alemã para o Sul do país. Ainda em São Paulo, grupos de imigrantes suíços e alemães oriundos das fazendas de café estabeleceram-se independentemente, fundando colônias como a Friedburg (Friburgo), perto de Campinas, em 1875, ou tornando-se eles mesmos fazendeiros de café, como os de Helvécia, em Indaiatuba, e de Valinhos. Revoltas em fazendas de café também ocorreram no Rio de Janeiro. Na cidade do Rio fundaram-se várias associações teuto-brasileiras, como a Sociedade Germânica de Associação Beneficentes dos Alemães, que socorriam os imigrantes em dificuldades. Petrópolis é um exemplo de cidade fluminense povoada por alemães.
No Espírito Santo, muitos dos alemães ali estabelecidos como pequenos produtores de café eram proletários rurais da Pomerânia (atualmente, parte da Polônia). 
Em Minas Gerais desenvolveu-se o núcleo alemão de Mucuri.

Em 1855, trabalhavam 3.500 colonos na província de São Paulo, dos quais 290 (isto é, 8%) em sete fazendas em Campinas. Segundo o fazendeiro Floriano Camargo Penteado, em seu ofício de 13/11/1857 ao presidente do município, era impossível aos colonos realizarem um bom trabalho naquelas condições de endividamento a que eles haviam chegado na fazenda. Nesse caso, dizia o fazendeiro, não importavam as cláusulas do contrato, pois a falta de motivação dos colonos gerava preguiça.
A saída dos colonos das fazendas da região de Campinas iniciou-se nos anos 50 e estancaria apenas com a abolição. Segundo Handelmann, autor de uma História do Brasil, 20 famílias de colonos alemães, originários da Fazenda Ibicaba, migraram em 1851 para uma região próxima a Campinas. Ali, compraram terras para plantar café, chamando a fazenda assim formada de Nova Campinas.
Também na região de Campinas, surgiu, entre 1864 e 1877, uma pequena colônia agrícola, denominada Friedburg (Friburgo), formada por várias famílias de origem alemã. Seus primeiros moradores haviam vindo da região do Reno em 1847 para a Fazenda Ibicaba. Logo em seguida, chegaram duas famílias suíças de Berna e, entre 1870 e 1877, várias famílias alemãs de Schleswig e Holstein, que já tinham estado na Fazenda Sete Quedas. Em Friburgo produziram-se batatas, milho, verduras, ovos e derivados de leite. Uma ou mais vezes por semana, esses produtos eram levados em lombos de burro para a cidade, e vendidos de casa em casa. Desse núcleo colonial também se originaram “filiais”: Monte Mor, Elias Fausto, Cruz Alta e Bauru.
Na cidade de Campinas, segundo os dados de 1873, vivam 40 artesãos autônomos de origem alemã. Havia também cerca de 30 estabelecimento comerciais e pequenas indústrias mantidas por alemães. Na época, Campinas contava com uma população de cerca de 10.000 habitantes, dos quais 150 a 200 famílias (750 a 1.000 pessoas) descendiam de alemães, cuja maioria haviam sido colonos.

No século XX, levas de imigrantes continuaram a chegar ao Brasil, constituindo novos núcleos coloniais, alguns dos quais no Paraná. Mas após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), da qual a Alemanha saiu derrotada, os alemães que para cá vieram não eram mais, em sua maioria, agricultores: entre eles estavam burgueses arruinados, trabalhadores sem emprego e militantes políticos, tanto de direita como comunistas, desgostosos com o governo republicano que havia sido estabelecido em 1918, em meio a um clima de convulsão social com muitas agitações operárias. Havia também oficiais do exército do Império Alemão que antecedeu a República, funcionários aposentados, artesãos e operários qualificados, médicos, engenheiros, advogados, comerciantes, professores e elementos das antigas colônias na África. Estes últimos dirigiram-se preferencialmente para os Estados do Sul, onde se ressentiram da falta de mão-de-obra barata e abundante com que estavam acostumados na África.
Na década de 20, o avanço do regime comunista motivou a vinda para o Brasil de romenos, poloneses e russos de fala alemã. Muitos deles rumaram para o Sul, depois de permanecerem por algum tempo nos cafezais paulistas. Na década seguinte, diminuiu o movimento imigratório para o país, e entre os que entraram a maioria era de refugiados do regime nazista instaurado em 1933, na Alemanha. Por outro lado, o governo brasileiro, de Getúlio Vargas, restringiu a entrada de estrangeiros, fixando quotas: já havia contingentes populacionais suficientes para as fazendas de café e para a colonização com pequenos proprietários.
Esta, por sinal, foi a característica da imigração alemã, que, desse modo contribuiu para a constituição de uma classe média urbana e rural no país. Mas os alemães e seus descendentes também se tornaram industriais ou então operários fabris. No campo, eles também estão entre aqueles que empobreceram e se viram despojados de suas terras, enquanto outros foram buscar terras nas fronteiras agrícolas em expansão.

Fontes : Folclore Brasileiro / Nilza B. Megale- Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
Imigrantes no Brasil (1870-1920) / Alfredo Boulos Júnior - São Paulo: FTD, 2000 - (Coleção O Sabor da História).
Projeto Caixa Populi: Etnias / Wladimir Catanzaro - São Paulo: Caixa Econômica Federal, 1999.
"Alemães, classes médias no Sul"de Regina Weber in Trabalhadores, Publicação mensal do Fundo de Assistência à Cultura, Prefeitura Municipal de Campinas, 1989.
Regina Weber, Mestre em  História pela Unicamp e autora de Os inícios de industrialização em Ijuí (Liv. Unijui Ed. 1987).
Gif animado da Animation factory


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